Planejamento estratégico na prática: os resultados do Saber em Rede com apoio da Crescento

Transformar ideias inovadoras em negócios financeiramente sustentáveis é um desafio comum para startups e scale-ups. Diferente de empresas tradicionais, que contam com histórico de mercado e processos consolidados, a pressão por crescimento rápido, a necessidade de captar investidores e a busca por diferenciais competitivos muitas vezes colocam os empreendedores em uma rotina de decisões estratégicas feitas no escuro, com pouca previsibilidade sobre o impacto financeiro de cada passo. É aí que entra o papel do planejamento estratégico.

 

É exatamente nesse ponto que o FP&A (Financial Planning & Analysis) se torna um divisor de águas. Ao trazer clareza para os números, estruturar cenários futuros e conectar dados ao planejamento estratégico, o FP&A permite que empresas em expansão tomem decisões com mais segurança e escalabilidade. E este é o nosso papel aqui na Crescento: ajudamos negócios em crescimento a transformar incertezas em previsibilidade e inovação em resultados.

 

Um exemplo real é o Saber em Rede, edtech que encontrou na parceria com a Crescento a estrutura necessária para sustentar sua evolução. Por meio da implementação de práticas de FP&A, conseguimos oferecer ao negócio transparência financeira, inteligência para orientar decisões e segurança para crescer de forma consistente.

 

E, o mais importante de tudo isso é que os mesmos métodos aplicados neste case podem ser replicados em outras startups e empresas em expansão. Afinal, o papel da Crescento é justamente ser parceira nesse processo de crescimento, ajudando gestores a enxergar com clareza o que antes estava fora do campo de visão.

Sobre o Saber em Rede

O Saber em Rede é uma edtech residente do Cubo Itaú, o maior hub de startups da América Latina. 

O seu modelo de negócio conecta instituições de ensino, alunos em busca de condições acessíveis e embaixadores responsáveis por divulgar e vender cursos. 

Esse formato inovador já rendeu reconhecimento no mercado: a empresa apareceu duas vezes na lista das Top Open Startups (2022/2023/2024) e no Prêmio Negócios em Expansão da Exame em parceria com o BTG Pactual (2023/2024).

Mas, como acontece em toda trajetória de crescimento, surgiram grandes desafios. O Saber em Rede precisou:

  • Validar financeiramente seu MVP;
  • Estruturar-se para a captação de investimentos;
  • Enfrentar os impactos da pandemia, que reduziram receitas e exigiram reestruturações profundas.

 

O papel da Crescento no planejamento estratégico do Saber em Rede

Desde 2018, a Crescento atua no planejamento estratégico do Saber em Rede, indo além do apoio financeiro para se tornar parte essencial do crescimento do negócio. Essas foram algumas das ações tomadas:

Validação e estruturação inicial

Já na concepção do MVP, a Crescento foi responsável por desenvolver o primeiro modelo de planejamento financeiro estratégico da edtech. Esse trabalho incluiu modelagem financeira, precificação e projeções, assegurando que o modelo de cobrança fosse viável e sustentável no médio e longo prazo.

 

Planejamento e captação de investimento

Na fase de expansão, a Crescento elaborou o business plan e conduziu o valuation, traduzindo a estratégia de crescimento em números claros e consistentes para investidores. 

Esse processo resultou no aporte do Grupo +A Educação (Kinea Private Equity, Itaú), fortalecendo a posição do Saber em Rede no mercado educacional.

 

Gestão durante a crise e pivotagem

Com a chegada da pandemia em 2020, o setor educacional foi duramente impactado. Nesse momento, a Crescento apoiou o Saber em Rede na revisão do forecast, implementação de cortes estratégicos, definição de novos KPIs e na pivotagem do modelo de negócio. 

O acompanhamento constante de indicadores-chave foi fundamental para garantir clareza e controle sobre a operação.

 

Eficiência tributária e acompanhamento contínuo

Ao longo dos anos, a Crescento continuou presente, definindo regimes tributários, conciliando números contábeis e gerenciais e projetando cenários futuros. 

Esse trabalho de planejamento estratégico financeiro empresarial trouxe mais segurança, eficiência tributária e impacto direto no lucro líquido, reforçando a previsibilidade e sustentabilidade do negócio.

 

Resultados na prática

Com o apoio do FP&A da Crescento, o Saber em Rede alcançou resultados expressivos:

  • Breakeven em 2022, mesmo após os desafios da pandemia;
  • Crescimento médio de 76% ao ano desde 2020;
  • Aumento de R$ 3,5 milhões no lucro adicional em 2024 e 2025;
  • resultado da análise financeira dos resultados e proposição de ajustes contábeis desenvolvida pela Crescento;
  • Expansão para mais de 70 instituições parceiras e 200 mil embaixadores vendedores;
  • Consolidação do negócio e maior confiança do time gestor.

O que outras empresas podem aprender com esse case?

O case Saber em Rede mostra que o planejamento financeiro estratégico não é apenas uma ferramenta de controle, mas sim um diferencial competitivo para qualquer empresa em crescimento.

Alguns aprendizados práticos que podem ser aplicados em outros negócios:

  1. Validação financeira precoce: modelar o negócio desde o MVP para garantir sustentabilidade;
  2. Preparação para investimento: traduzir a estratégia em números claros é fundamental para atrair capital;
  3. Agilidade em crises: prever cenários, ajustar custos e definir novos KPIs é essencial em momentos de incerteza;
  4. Acompanhamento contínuo: revisar indicadores, buscar eficiência tributária e garantir previsibilidade fazem toda a diferença no longo prazo.

 

FAQ: As pessoas também perguntam sobre planejamento estratégico

O que é um planejamento estratégico?
É um processo de gestão que define o rumo da empresa no médio e longo prazo, estabelecendo objetivos, estratégias e ações. O objetivo é alinhar recursos e decisões para garantir crescimento sustentável e vantagem competitiva.

 

Qual o impacto do planejamento estratégico no financeiro de uma empresa?

O planejamento estratégico deve conectar os objetivos do negócio à gestão financeira. O propósito é garantir que cada decisão (de investimento, custos ou expansão) esteja sustentada por previsibilidade e segurança financeira.

 

Qual é o papel do FP&A no planejamento estratégico?

O FP&A (Financial Planning & Analysis) é o pilar que transforma informações financeiras em estratégias de crescimento. Ele organiza dados, constrói projeções, acompanha indicadores e antecipa riscos, ajudando líderes a tomar decisões mais assertivas e a enxergar oportunidades que nem sempre são visíveis no dia a dia da operação.

 

Quais são as etapas de um planejamento financeiro estratégico?

As principais etapas envolvem o diagnóstico financeiro, planejamento de cenários, definição de metas e indicadores, além do monitoramento e análise contínua para  acompanhamento dos resultados e revisões periódicas para ajustes de rota.

 

Por que o planejamento financeiro estratégico é importante para startups e empresas em crescimento?

Porque ele oferece clareza sobre onde a empresa está e o que precisa fazer para crescer de forma sustentável. Em negócios que precisam de agilidade e previsibilidade, o planejamento financeiro estratégico evita decisões baseadas em “feeling” e permite ajustar a rota com base em dados reais.

 

Qual é a diferença entre o planejamento financeiro e o planejamento estratégico tradicional?

O planejamento estratégico define o direcionamento do negócio, onde a empresa quer chegar. Já o planejamento financeiro estratégico traduz essa visão em números, metas e viabilidade, garantindo que a estratégia seja financeiramente sustentável. Na prática, um complementa o outro, e o FP&A é o elo que une esses dois lados.

 

O planejamento estratégico do seu negócio precisa ter clareza

O FP&A da Crescento não gera apenas relatórios, ele oferece uma visão estratégica do seu negócio, construída com análises financeiras inteligentes, dashboards claros e acompanhamento próximo.

Se o seu empreendimento busca previsibilidade, crescimento sustentável e decisões baseadas em dados, o momento de agir é agora. Converse com os nossos especialistas e descubra como o FP&A pode te ajudar. 

Evolução do mercado de concessões públicas e PPPs no Brasil

Nos últimos anos, as concessões públicas e parcerias público-privadas (PPPs) no Brasil têm se consolidado como ferramentas essenciais para impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura. 

 

Setores estratégicos como transporte, energia, saneamento e telecomunicações têm se beneficiado dessas iniciativas, permitindo maior investimento, modernização e eficiência na prestação de serviços públicos.

 

Neste artigo, vamos te mostrar a evolução das concessões no Brasil, os principais benefícios para os stakeholders e os critérios de escolha nos processos licitatórios, além de abordar os desafios e riscos envolvidos nesses modelos. Boa leitura!

 

Aqui você vai encontrar:

 

Concessões públicas no Brasil: impacto no desenvolvimento de infraestrutura

As concessões públicas e parcerias público-privadas (PPPs) no Brasil assumiram um papel de destaque como instrumento fundamental para o desenvolvimento de infraestrutura e a melhoria na prestação de serviços públicos. Impulsionadas por programas e políticas governamentais, essas concessões ganharam espaço em setores estratégicos da economia, como transporte, energia, saneamento e telecomunicações.

 

O país experimentou, nas últimas décadas, um crescimento significativo no número e na magnitude dos projetos de concessão. As rodovias Presidente Dutra e BR-116, os aeroportos Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), além das concessões de saneamento em Alagoas e Rio de Janeiro, são exemplos de grandes ativos de infraestrutura concedidos à iniciativa privada. Esses projetos trouxeram investimentos vultosos, contribuindo para a modernização e expansão da infraestrutura brasileira.

 

Em 2023, o número de editais e parcerias público-privadas (PPP) atingiu o maior patamar da história, com 440 editais publicados. Isso representa um crescimento de 52% em relação a 2022 e um aumento impressionante de 1.090% em comparação com o número de editais de 10 anos atrás.

Concessões públicas e parcerias público-privadas (PPPs) no Brasil | Crescento
Concessões públicas e parcerias público-privadas (PPPs) no Brasil | Crescento

As primeiras concessões no Brasil estavam concentradas em ativos dos governos federal e estadual. No entanto, com avanços na capacidade técnica para a modelagem de contratos, alinhamento dos objetivos municipais com os modelos de PPPs e ações legislativas que oferecem maior segurança jurídica, essas iniciativas também estão crescendo no âmbito municipal. Setores como iluminação pública, resíduos sólidos e água/esgoto têm se destacado. Segundo o Radar PPP, o triênio de 2021-2023, mesmo faltando um ano para o fim dos mandatos atuais, já conta com 730 editais publicados, frente aos 550 do ciclo completo de 2017-2020.

 

Benefícios das concessões e PPPs para os Stakeholders

O crescimento das concessões e PPPs demonstra a percepção de valor positivo gerado para todas as esferas do poder público. A concessão da exploração de ativos para a iniciativa privada resolve dois desafios enfrentados pela administração pública:

  1. A incapacidade do governo de realizar os investimentos necessários para expandir o atendimento à população e modernizar os ativos;
  2. A necessidade de concentrar esforços em áreas prioritárias da gestão pública.

 

Os impactos dessas concessões e PPPs podem ser altamente positivos para todos os stakeholders:

  • Poder público: melhora os serviços prestados à população por meio do destravamento de investimentos e modernização da operação, garantindo maior eficiência no cumprimento dos objetivos sociais;
  • Setor privado: oferece oportunidades de investimento e diversificação de recursos;
  • População: se beneficia de serviços públicos com maior eficiência, investimentos e modernização.

 

Distribuição de risco nos projetos de concessões e PPPs

Atualmente, os dois modelos mais adotados no Brasil são as concessões plenas e as PPPs. Nos editais de concessão plena, a receita proveniente da exploração comercial do ativo (tarifária e acessória) deve ser suficiente para financiar a operação, os investimentos necessários e garantir a rentabilidade dos investidores.

 

Por outro lado, as PPPs recebem parte ou toda a receita diretamente das contraprestações do poder público, uma vez que a receita de exploração sozinha não é suficiente para a autonomia do ativo.

 

Nas concessões plenas, o risco da operação é transferido para as concessionárias, que são responsáveis por gerar a receita prevista. Já nas PPPs, há uma garantia de receita mínima por parte do poder concedente, mas isso expõe o projeto a maiores riscos financeiros e jurídicos, vinculados ao ente público.

 

Critérios para escolha do vencedor em uma licitação

Nos editais de concessões plenas, o vencedor geralmente é determinado pela empresa que oferece a maior outorga (valor pago pelo direito de exploração do ativo) ou o maior desconto sobre a tarifa base do serviço oferecido, podendo haver uma combinação de ambos.

 

Para o poder público, a escolha da outorga proporciona uma infusão imediata de caixa, utilizada para alívio financeiro ou realocação de investimentos. Já o desconto na tarifa beneficia diretamente a população, que paga menos pelos serviços.

 

Nas PPPs, o critério mais comum é o maior desconto sobre a contraprestação oferecida pelo poder concedente.

 

Como são originados os projetos de concessão e PPP?

Os estudos para o lançamento de editais podem começar tanto pela iniciativa pública quanto privada, comumente através do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Nessa fase, são coletados estudos de viabilidade, como modelos de negócio, projeções de demanda, receitas, OPEX¹, CAPEX², entre outros. Esses estudos podem ser usados total ou parcialmente na elaboração do edital de licitação.

 

– Leia também: Reequilíbrio econômico-financeiro do contrato: o que é, quando aplicar e como garantir contratos sustentáveis

 

Avaliação financeira dos projetos de concessão e PPP

Os projetos de concessão e PPP são avaliados financeiramente através de fluxos de caixa projetados no edital de licitação, considerando os custos operacionais (OPEX) e os investimentos em capital (CAPEX).

concessões no Brasil

No exemplo citado, trata-se de uma concessão plena, com o critério de maior outorga oferecida. A outorga sugerida, de R$ 300 milhões, é dimensionada para alcançar uma meta que oferece aos investidores uma rentabilidade adequada ao risco do projeto. A Taxa Interna de Retorno (TIR), de 9,70% ao ano, representa a rentabilidade anual média do investimento ao longo dos 10 anos de operação. Esse retorno é definido pelo poder concedente (um input). Já o valor da outorga de referência é o output do estudo financeiro.

 

Os cálculos do exemplo, comumente adotados em editais de concessões públicas, se baseiam no Free Cash Flow to Firm (FCFF). O FCFF representa a geração de caixa disponível para acionistas e credores. A adoção desse método demonstra a intenção do poder público de transferir os benefícios e riscos da alavancagem para a concessionária privada, já que as projeções financeiras do edital desconsideram o fluxo de caixa de financiamento.

 

As estimativas financeiras presentes no edital são encaradas pelas empresas interessadas como um ponto de partida. Cada empresa realiza seus próprios estudos, considerando sua expertise no setor, otimização da operação, eficiência na implantação do CAPEX e capacidade de financiamento.

 

Continue a leitura e aprofunde no tema: Análise financeira em concessões públicas: como ser competitivo em leilões de infraestrutura

 

¹ OPEX: Operational expenditure, referente aos custos e despesas da operação.
² CAPEX: Capital expenditure, referente aos investimentos necessários para a operação e maturação do ativo.

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