Como alinhar planejamento estratégico e financeiro

Muitas empresas constroem planejamentos estratégicos complexos, cheios de metas ambiciosas e planos de expansão, mas não conseguem transformá-los em resultados concretos. O motivo principal pode estar na falta de alinhamento entre o planejamento estratégico e financeiro, mas também na falta de clareza nos objetivos, comunicação insuficiente, resistência interna à mudança, metas pouco realistas, liderança ineficaz, mudanças externas imprevistas e tantas outras situações.

 

Enquanto a estratégia mostra para onde a organização quer ir, o planejamento financeiro mostra os recursos necessários e a viabilidade do caminho. Sem essa integração, a empresa corre o risco de ter metas que não cabem no orçamento ou desperdiçar capital em projetos desalinhados com os objetivos de longo prazo.

 

É nesse ponto que entra o FP&A (Financial Planning & Analysis), ou Planejamento e Análise Financeira. É como uma ponte entre a visão estratégica do negócio e sua execução financeira, ajudando a alinhar metas, orçamentos, recursos e indicadores. Quando bem estruturado, o FP&A garante previsibilidade, maior controle e capacidade de adaptação frente às mudanças do negócio ou do mercado.

 

Neste artigo, vamos aprofundar como alinhar o planejamento estratégico com o financeiro, quais são os principais benefícios, os desafios mais comuns e como medir se a integração realmente funciona.

 

A importância do alinhamento entre estratégia e finanças

Ter uma estratégia clara é fundamental, mas ela não gera resultados sozinha. Por isso, antes de falarmos sobre o papel do FP&A, é essencial entender o que significa, na prática, unir planejamento estratégico e financeiro.

 

O planejamento estratégico é o processo que define o rumo do negócio e responde a perguntas como:

 

  • Onde queremos chegar nos próximos anos?
  • Quais são nossos diferenciais competitivos?
  • Como vamos crescer no mercado?

 

Entre seus principais componentes estão:

 

  • Missão, visão e valores: que traduzem a essência da empresa;
  • Objetivos de longo prazo: onde se deseja chegar;
  • Metas mensuráveis: passos concretos para atingir os objetivos;
  • Indicadores estratégicos: métricas que acompanham a evolução.

 

Já o planejamento financeiro tem o objetivo de viabilizar essas escolhas estratégicas. Ele assegura que os recursos (humanos, tecnológicos e financeiros) estejam disponíveis na medida e no momento certo. Seus principais elementos incluem:

  • Projeção de premissas operacionais chaves do negócio;
  • Ritmo de crescimento;
  • Projeção de custos e investimentos necessários;
  • Usos e fontes do planejamento;
  • KPIs.

 

Enquanto o planejamento estratégico define o que a empresa quer conquistar, o planejamento financeiro mostra como financiar esse caminho de forma sustentável. Não à toa, as organizações mais competitivas são aquelas que conseguem fazer os dois caminharem juntos, com consistência e disciplina.

 

O papel do FP&A como ponte entre estratégia e finanças

O FP&A tem a função de transformar o planejamento estratégico em projeções financeiras realistas e fornecer análises que sustentem escolhas de negócio.

 

Na prática, o FP&A desempenha funções-chave como:

 

  • Budgeting (orçamento): garantindo que o orçamento esteja alinhado às metas estratégicas;
  • Forecasting (previsão): atualizando os cenários de acordo com o realizado e novas premissas de projeção;
  • Análise de variação: comparando o previsto com o realizado e identificando desvios;
  • Análise de cenários: testando diferentes possibilidades para apoiar a tomada de decisão;
  • Definição de KPIs estratégicos: que unem visão de negócio e indicadores financeiros.

 

O FP&A também gera dados que podem mudar o rumo da estratégia, como por exemplo, apontar que determinada expansão não é viável no prazo previsto, ou que um projeto trará retorno maior que o inicialmente estimado, caso determinados ajustes na operação sejam feitos. Isso faz da área uma peça-chave para alinhar expectativa e realidade.

 

Um exemplo prático: imagine que a empresa queira expandir para um novo mercado. O FP&A pode calcular os custos dessa operação, projetar diferentes cenários de receita, identificar riscos e, com base nisso, ajudar a gestão a decidir se o momento é oportuno. 

 

 

Benefícios de alinhar planejamento estratégico e financeiro

Quando o planejamento estratégico e financeiro se integram de forma consistente, os benefícios são claros:

 

  • Maior previsibilidade e controle: a empresa passa a ter clareza sobre resultados esperados e riscos envolvidos;
  • Decisões mais assertivas: gestores tomam decisões com base em dados concretos e não apenas em intuição;
  • Otimização de recursos: o capital é direcionado para iniciativas que realmente geram valor;
  • Flexibilidade para mudanças: mudanças externas, como crises econômicas ou alterações regulatórias, podem ser absorvidas com mais agilidade;
  • Aumento da confiança de stakeholders: investidores, parceiros e até mesmo colaboradores passam a enxergar a empresa como mais sólida e confiável.

 

Empresas que conseguem esse alinhamento são mais resilientes, competitivas e sustentáveis a longo prazo. Por outro lado, aquelas que negligenciam essa integração costumam perder oportunidades, desperdiçar recursos e enfrentar maiores dificuldades em momentos de crise.

 

 

Passos para integrar o planejamento estratégico e financeiro 

Alinhar planejamento estratégico e financeiro exige método, disciplina e uma atuação ativa da área de FP&A. Entre os passos mais importantes, estão:

Construção de um modelo financeiro

A elaboração de um modelo financeiro consistente é essencial para conectar o planejamento estratégico às condições econômicas da empresa, convertendo metas e premissas em projeções claras de receitas, custos, investimentos e fluxo de caixa. 

Esse modelo deve ser dinâmico, possibilitando simulações e ajustes diante de diferentes cenários, além de ser sustentado por dados confiáveis e atualizados, garantindo solidez na tomada de decisões. 

Também exerce um papel relevante ao fortalecer a comunicação entre as áreas estratégica e financeira, antecipar riscos e oportunidades e assegurar que os recursos sejam direcionados de forma eficiente para o alcance dos objetivos organizacionais.

 

Revisar e alinhar objetivos estratégicos e metas financeiras

É necessário que todas as áreas entendam como suas ações impactam os resultados financeiros. Estratégias ambiciosas sem sustentação em números correm maior risco de não se realizarem.

 

Criar indicadores e métricas conjuntas

A integração só é possível quando estratégia e finanças falam a mesma língua. Definir KPIs que contemplem tanto o lado financeiro quanto o estratégico é essencial. Isso cria coerência e evita que a empresa caminhe em direções diferentes.

 

Atualizar constantemente as projeções

Mais do que orçar uma vez por ano, é indicado que as empresas atualizem previsões constantemente, com base nos fatores que realmente movimentam o negócio (vendas, churn, crescimento de clientes, etc.). Ele precisa ser construído com base em premissas realistas, fundamentadas em conhecimento profundo do setor, do comportamento do mercado e das particularidades do negócio.

 

Fortalecer a comunicação entre líderes de negócio e área financeira

O FP&A deve ser visto como parceiro estratégico, participando das discussões desde a formulação do plano até sua execução. 

 

Além disso, ter uma equipe bem treinada para registrar e controlar informações financeiras é importante, mas não suficiente. O diferencial está em formar profissionais com capacidade crítica, capazes de projetar cenários, analisar números e apoiar na tomada de melhores decisões financeiras

 

Usar tecnologia e dashboards inteligentes

Plataformas de BI (Business Intelligence), softwares de gestão financeira e ERPs integrados permitem que os dados sejam atualizados em tempo real, reduzindo erros e otimizando o processo de análise. Além disso, automatizar tarefas operacionais libera tempo para que a equipe se concentre em atividades estratégicas.

 

Com esses passos, o planejamento financeiro e estratégico deixam de ser processos isolados e se tornam parte de uma única engrenagem, guiada por dados e orientada a resultados.

 

 

Como medir se o alinhamento está funcionando

Planejar é importante, mas acompanhar é indispensável. Para garantir que a integração entre planejamento estratégico e financeiro esteja funcionando, a empresa deve monitorar se as seguintes entregas estão sendo feitas:

 

  • Análise de medidas de margem de lucro (lucro bruto, EBITDA, lucro líquido etc) que reflitam a eficiência operacional;
  • Projeção de fluxo de caixa e quadro de usos e fontes, mostrando como os recursos estão sendo investidos.
  • ROE de projetos estratégicos, mostrando o retorno real das iniciativas;
  • Análise de orçado x realizado, permitindo identificar desvios e corrigi-los rapidamente;
  • Rolling forecast, atualizando as projeções para que os modelos sempre mostrem um reflexo do cenário mais atual.

 

Essas entregas devem ser acompanhadas não apenas pela área financeira, mas também pela liderança da empresa, reforçando a cultura de responsabilidade compartilhada.

 

 

Desafios mais comuns e como superá-los

Apesar de todos os benefícios, integrar planejamento estratégico e financeiro não é uma tarefa simples. Alguns desafios comuns incluem:

 

  • Resistência cultural: muitas áreas ainda veem finanças como um “fiscalizador”, e não como parceiro estratégico;
  • Falta de dados confiáveis: empresas sem processos estruturados de coleta e análise de dados têm dificuldade em gerar previsões consistentes;
  • Visão de curto prazo: em algumas organizações, a pressão por resultados imediatos acaba prejudicando o olhar estratégico de longo prazo;
  • Escassez de profissionais de finanças realmente capacitados:  o que compromete a qualidade das análises e decisões estratégicas.

 

O FP&A pode ajudar a superar esses obstáculos promovendo uma cultura de transparência, investindo em tecnologia de dados e construindo pontes entre áreas que antes não dialogavam.

 

 

FAQ: Dúvidas frequentes sobre planejamento estratégico e financeiro com FP&A

O que é FP&A e por que ele é importante?

FP&A significa Financial Planning & Analysis e é a área responsável por conectar planejamento estratégico e financeiro. Sua importância está em garantir que as decisões estratégicas sejam sustentadas por dados e análises financeiras sólidas.

 

FP&A é o mesmo que controladoria?

Não. A controladoria olha para o passado e garante conformidade, enquanto o FP&A foca no presente e futuro, conectando estratégia e finanças.

 

O FP&A substitui o departamento financeiro?

Não. Enquanto o financeiro tradicional cuida da contabilidade e da tesouraria, o FP&A atua de forma analítica e preditiva, ajudando a direcionar o futuro da empresa.

 

Toda empresa precisa de FP&A?

O FP&A não é uma obrigatoriedade. Porém, empresas de todos os portes podem se beneficiar de práticas de planejamento e análise financeira, ainda que em níveis diferentes de sofisticação.

 

Como saber se minha empresa já tem esse alinhamento?

Se as metas estratégicas possuem reflexos claros no orçamento, se os líderes tomam decisões com base em análises financeiras e se há flexibilidade para ajustes rápidos, é sinal de que o alinhamento já acontece.

 

Quais ferramentas podem apoiar esse processo?

O principal é o modelo financeiro, antes de BI, dashboard ou outras ferramentas. 

 

Unir planejamento estratégico e financeiro é mais do que uma boa prática

Essa ponte é essencial para empresas que desejam crescer de forma consistente em um mercado cada vez mais competitivo.

 

O FP&A garante que a visão de futuro da organização seja traduzida em números, planos e ações concretas. Quando bem estruturado, ele transforma a área financeira em parceira estratégica da gestão, ajudando a empresa a tomar decisões mais assertivas.

 

Para organizações que ainda enfrentam dificuldades neste alinhamento, o caminho começa pela conscientização: as finanças não podem ser vistas apenas como suporte, mas como parte fundamental da estratégia. Com metodologia, tecnologia e cultura integradora, o resultado é uma empresa mais previsível, ágil e preparada para os desafios.

Se você quer entender como sua empresa pode alinhar de forma prática o planejamento estratégico e financeiro com apoio de especialistas em FP&A, agende uma conversa com especialistas da Crescento e veja como estruturar esse processo para maximizar resultados.

 

Gestão financeira empresarial: o que é e por que investir em um gerenciamento eficiente

Profissional analisando documentos e gráficos em tablet e calculadora durante gestão financeira empresarial.

 

Manter a gestão financeira empresarial de forma eficiente é uma das maiores prioridades e também um dos maiores desafios para os negócios.

 

Em um cenário de oscilações econômicas, alta competitividade e mudanças constantes nas demandas do mercado, a capacidade de gerenciar, analisar e prever as finanças corporativas é o que mais impacta na saúde financeira de uma organização.

 

A gestão financeira de uma empresa vai muito além de registrar entradas e saídas. Ela envolve organização estratégica, análise de dados, planejamento de curto, médio e longo prazo, além de processos e ferramentas que permitam decisões rápidas e seguras. Sem ela, é fácil perder o rumo, ter problemas de caixa, comprometer investimentos e até prejudicar a governança corporativa.

 

Neste artigo, vamos explicar o que é a gestão financeira empresarial, por que ela é tão importante, quais são os principais desafios e, principalmente, quais soluções práticas podem transformar o controle financeiro de grandes empresas, garantindo mais clareza, segurança e previsibilidade para o negócio.

 

O que é gestão financeira empresarial?

A gestão financeira empresarial é o conjunto de práticas, ferramentas e processos que permitem registrar, acompanhar, analisar e planejar as finanças de uma empresa de forma estruturada e contínua.

 

Ela não se limita à contabilidade fiscal exigida por lei. Uma gestão financeira eficiente tem o objetivo de fornecer informações gerenciais confiáveis para apoiar as decisões estratégicas, desde a definição de metas comerciais até o planejamento de investimentos e a mitigação de riscos.

 

Entre as atividades que fazem parte desse processo estão:

 

  • Registro preciso de receitas, despesas, investimentos e passivos;
  • Monitoramento constante dos resultados operacionais, fluxo de caixa e KPIs;
  • Análise de desempenho financeiro por áreas, produtos ou projetos;
  • Projeções financeiras para antecipar cenários e aumentar a previsibilidade do negócio;
  • Integração de dados entre setores, garantindo uma visão unificada do negócio.

 

Quanto maior a empresa, maior também a necessidade de uma gestão eficaz, devido ao alto nível da complexidade operacional, volume de transações e necessidade de compliance.

 

– Leia também: BPO Financeiro: o que é, vantagens do serviço e quando contratar

 

Por que investir em uma gestão financeira empresarial eficiente?

Para uma gestão financeira empresarial eficaz, não basta simplesmente acompanhar as entradas e saídas de dinheiro.

É um controle rigoroso que garante previsibilidade, segurança e uma base sólida para decisões de crescimento. Sem isso, os gestores acabam tomando decisões com base em achismos, o que aumenta o risco de problemas de liquidez e até crises financeiras.

 

Investir em um controle bem estruturado permite:

 

  • Prevenção de problemas de caixa: ajuda a evitar atrasos em pagamentos, falta de capital de giro e até o endividamento desnecessário;
  • Melhor alocação de recursos: direcionando capital para áreas que realmente geram retorno;
  • Melhoria na tomada de decisão: com dados organizados, a gestão consegue avaliar com precisão o impacto de novas contratações, investimentos ou cortes de custos.
  • Antecipação de problemas: identificando gargalos antes que se tornem crises;
  • Acesso facilitado a crédito: já que instituições financeiras valorizam empresas com histórico bem organizado e clareza sobre as projeções;
  • Clareza no planejamento estratégico: permitindo cruzar informações financeiras com objetivos de longo prazo.

 

Além disso, uma boa gestão financeira dá ao empresário tranquilidade para operar e crescer de forma sustentável, certificando que a expansão seja acompanhada de segurança e estabilidade, sem surpresas desagradáveis no fluxo de caixa.

 

– Leia também: Reforma tributária: o que muda no jogo fiscal para as empresas?

 

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Principais desafios da gestão financeira de uma empresa

Mesmo entendendo a importância da gestão financeira, muitas empresas esbarram em obstáculos para colocá-la em prática de forma eficaz. Isso acontece por diversos motivos, e compreender esses desafios é o primeiro passo para superá-los.

 

Entre os mais comuns estão:

 

  • Falta de padronização nos processos: sem um método definido, cada setor pode registrar e reportar dados de maneira diferente, gerando inconsistências;
  • Capacitação insuficiente da equipe: colaboradores que não passam por capacitações adequadas em finanças acabam cometendo erros ou deixando de aproveitar informações importantes;
  • Ausência de liderança financeira estratégica: sem um líder que entenda realmente de finanças, o controle fica restrito à parte operacional, em vez de orientar o negócio para melhores decisões;
  • Desorganização documental: dificuldade para reunir notas fiscais, comprovantes e relatórios em tempo hábil;
  • Baixa cultura de gestão financeira: muitos gestores priorizam vendas e operações, deixando o controle financeiro em segundo plano;
  • Mistura de contas pessoais e empresariais: prática comum em empresas menores, que dificulta a análise real do desempenho;
  • Falta de indicadores claros: acompanhar apenas o saldo em conta não é suficiente, analisar corretamente os resultados operacionais e ter previsibilidade de caixa também é importante;
  • Falta de atualização em tempo real: informações defasadas atrasam decisões e aumentam riscos.

 

Esses desafios, se não tratados, minam a eficiência da gestão financeira e comprometem a capacidade da empresa de tomar decisões embasadas.

 

Soluções práticas para melhorar a gestão financeira empresarial

Superar os obstáculos da gestão financeira exige ações e mudanças graduais que tragam resultados consistentes. Não é necessário transformar tudo de uma vez, mas é importante implementar melhorias contínuas que se integrem à rotina da empresa.

 

Algumas soluções que funcionam bem incluem:

 

  • Definir processos e responsabilidades: deixando claro quem coleta, registra e analisa os dados financeiros;
  • Separar contas pessoais das empresariais: criando uma estrutura clara para evitar confusão e garantir que os relatórios reflitam a realidade da empresa;
  • Implantar uma rotina de conferência periódica: para fazer a conciliação bancária, checando entradas, saídas, contas a pagar e a receber semanalmente;
  • Construção de um orçamento embasado: elaborar um orçamento empresarial realista, com premissas bem definidas e construído a partir do conhecimento de pessoas que entendem a operação e o mercado do negócio;
  • Treinar a equipe: além de garantir registros corretos e atualizados, é essencial contar com profissionais capacitados em análise e planejamento, capazes de interpretar dados e apoiar decisões de médio e longo prazo;
  • Revisão periódica do orçamento: ajustar o planejamento de acordo com os resultados obtidos e mudanças de premissas do negócio.

 

Essas medidas tornam a gestão mais previsível e dão ao gestor segurança para agir com base em dados e não em percepções subjetivas.

 

– Leia também: FP&A: o que é, importância e como saber se sua empresa precisa do serviço de Análise e Planejamento Financeiro

 

Ferramentas e relatórios essenciais para a gestão financeira empresarial

A tecnologia é uma grande aliada na busca por uma gestão financeira mais robusta e eficiente. Atualmente, existem inúmeras soluções que vão desde planilhas inteligentes até sistemas completos de gestão (ERP), que integram áreas e centralizam informações.

 

1. Ferramentas importantes

  • Sistemas de gestão financeira empresarial (ERP, sistemas contábeis online, etc): facilitam o registro, a conciliação e a análise dos dados;

 

2. Relatórios indispensáveis

  • Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE): mostra se a empresa está operando com lucro ou prejuízo, considerando o resultado operacional por competência;
  • Relatório de fluxo de caixa: avalia a saúde do fluxo de caixa como um todo, capital de giro, investimentos e pagamentos de dívidas. Importante para prever eventuais descascamentos futuros e agir com antecedência;
  • Balanço patrimonial: apresenta a situação financeira em um determinado período, permitindo avaliar evolução de ativos e passivos da empresa.

 

O uso consistente dessas ferramentas e relatórios proporciona uma visão completa da saúde financeira, tornando mais fácil corrigir rotas e aproveitar oportunidades.

 

– Você pode se interessar: Checklist de gestão financeira para empresas

 

Quando contratar uma consultoria financeira?

Muitas empresas reconhecem que precisam melhorar sua gestão financeira, mas não têm tempo, equipe ou conhecimento técnico para implementar todas as mudanças necessárias. É nesse momento que contratar uma consultoria financeira empresarial se torna a solução ideal.

 

A consultoria:

  • Analisa a situação financeira atual da empresa;
  • Identifica gargalos e oportunidades;
  • Implementa processos e ferramentas adequados;
  • Treina a equipe para manter os resultados no longo prazo;
  • Constrói o modelo que serve como cockpit financeiro da empresa.

 

E é aqui que entra a Crescento! Nós somos uma empresa de consultoria financeira especializada em ajudar empresas a alcançar uma gestão financeira empresarial robusta e eficiente. Atuamos com soluções personalizadas para cada realidade, combinando tecnologia, metodologia comprovada e experiência prática.

 

– Leia também: Modelagem financeira: o que é, importância, exemplos e como fazer

 

Perguntas frequentes sobre gestão financeira das empresas

O que é gestão financeira empresarial?

Gestão financeira empresarial são práticas, processos e ferramentas usados para registrar, monitorar e analisar as movimentações financeiras de uma empresa. Ela permite entender para onde o dinheiro está indo, se as receitas estão sendo suficientes para cobrir os custos e quais ajustes podem ser feitos para manter a saúde financeira do negócio.

 

Por que a gestão financeira é importante para as empresas?

Sem ela é mais difícil tomar decisões estratégicas seguras. Uma gestão financeira eficiente ajuda a evitar desperdícios, identificar oportunidades de redução de custos, prever necessidades de caixa e direcionar investimentos de forma assertiva.

 

Quais ferramentas podem facilitar a gestão financeira?

Planilha de gestão financeira empresarial personalizada, softwares de gestão (ERP) e aplicativos específicos para controle de fluxo de caixa são aliados importantes. O ideal é que a ferramenta escolhida permita integração com outros setores da empresa e gere relatórios claros para análise.

 

Como fazer a gestão financeira de uma empresa?

Comece registrando todas as receitas e despesas, sem deixar valores “de fora”. Separe contas pessoais das contas da empresa, crie categorias para as movimentações e estabeleça uma rotina de acompanhamento que pode ser diária ou semanal.

 

Quais são os erros mais comuns na gestão financeira empresarial?

Misturar finanças pessoais e empresariais, não registrar corretamente todos os lançamentos e fazer a conciliação bancária, deixar de fazer projeções de fluxo de caixa e não analisar os números de forma aprofundada são erros frequentes que comprometem a visão real do negócio.

 

Com que frequência devo revisar a gestão financeira da minha empresa?

O ideal é ter um acompanhamento periódico das movimentações, com revisões mais aprofundadas. Essa rotina evita surpresas e permite agir rapidamente diante de qualquer problema.

 

A gestão financeira ajuda a aumentar a lucratividade?

Em partes, sim. Quando a empresa entende seus números, consegue identificar desperdícios, negociar melhores condições com fornecedores e direcionar recursos para as áreas mais rentáveis. Isso contribui para melhorar a margem de lucro.

 

Conheça a Crescento!

A Crescento pode ajudar a sua empresa a transformar dados financeiros em estratégias claras, reduzindo riscos e aumentando a previsibilidade.

 

Se você busca mais clareza, segurança e controle sobre as finanças da sua empresa, entre em contato e descubra como podemos ajudar a elevar seu padrão de gestão financeira.

 

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Como organizar as finanças da empresa em 5 passos práticos

Desorganização financeira, pouca clareza sobre os números e falta de previsibilidade são desafios que muitas empresas enfrentam. Cenários como esses podem levar a decisões equivocadas, perda de oportunidades e até à inviabilidade do negócio. Por isso, entender como organizar as finanças da empresa é um diferencial competitivo.

 

Uma gestão financeira empresarial bem estruturada torna a rotina da empresa mais eficiente e oferece uma base sólida para decisões mais acertadas, tanto internamente quanto na relação com clientes, fornecedores e parceiros.

 

A Crescento entende que você busca soluções personalizadas e de longo prazo para garantir a sustentabilidade do seu negócio. Por isso, preparamos este guia para te ajudar a organizar as finanças da empresa em cinco passos práticos.

 

Passo 1: Consolide contas e garanta separação total entre Pessoa Física e Jurídica

Um dos erros mais comuns e prejudiciais das empresas é misturar as contas pessoais dos sócios com as contas da pessoa jurídica. Essa prática cria distorções nos números, dificulta a visualização da rentabilidade do negócio e gera ruídos nas projeções, diminuindo a previsibilidade do negócio.

 

Quando as contas se misturam, fica difícil determinar a origem e o destino de cada real. Isso pode levar a projeções mal feitas, visto que os responsáveis pela análise financeira se baseiam em um histórico com “números sujos“.

 

Em outras palavras, você não consegue ter uma visão clara se o dinheiro que entra é lucro da operação ou uma injeção de capital pessoal, e se o dinheiro que sai é um custo da empresa ou uma despesa particular.

 

Medidas para garantir essa separação:

 

  • Conta bancária exclusiva para a pessoa jurídica (PJ): Este é o passo mais básico e fundamental. Todo o movimento financeiro da empresa (recebimentos de clientes, pagamentos de fornecedores, salários, impostos) deve passar por essa conta;
  • Utilize cartões corporativos: Para despesas da empresa, como viagens a trabalho ou compra de materiais, os cartões corporativos evitam que os colaboradores utilizem seus próprios recursos, simplificando o reembolso e a conciliação posterior;
  • Estabeleça pró-labore ou distribuição de lucros: É recomendado que os sócios retirem dinheiro da empresa de maneira formal, como um pró-labore (salário para os administradores) ou distribuição de lucros, de preferência, com valores e periodicidade definidos. Isso garante que as saídas sejam registradas corretamente e não se misturem com as despesas operacionais.

 

Dessa forma, você garante uma visão mais precisa da saúde financeira do seu negócio, melhora a previsibilidade da operação e apoia a tomada de decisão estratégica.

 

 

Passo 2: Implemente registro detalhado e conciliação bancária sistemática

Registrar detalhadamente todas as entradas e saídas de recursos é o alicerce de uma organização financeira da empresa. Não basta apenas saber quanto entrou e quanto saiu, é preciso que cada transação seja categorizada e classificada por centro de custo, projeto ou filial. 

 

Ao classificar cada despesa e receita, você tem uma visão ampla da rentabilidade de cada iniciativa, permitindo identificar gargalos e otimizar recursos.

 

A prática recomendada, e que a Crescento endossa, é que cada lançamento no seu sistema de gestão (ERP) ou planilha financeira bata com o extrato bancário. Esta é a essência da conciliação bancária, uma etapa que deve ser vista como obrigatória, e não opcional. 

 

A conciliação é mais do que uma simples conferência: é uma prática para reduzir fraudes, identificar erros (sejam eles bancários ou de lançamento interno) e aumentar a confiabilidade dos seus dados financeiros.

 

Um bom sistema ERP para tesouraria permite que você configure regras de classificação automática, integre com seus bancos e gere relatórios de conciliação com agilidade. 

 

No entanto, lembre-se da máxima: “Garbage in, garbage out”. Informações ruins geram decisões ruins. Por isso, a capacitação da equipe responsável pelos lançamentos é fundamental. Eles precisam entender a importância do trabalho e de seguir as melhores práticas para que os relatórios gerados sejam confiáveis.

 

 

Passo 3: Crie  e acompanhe seu orçamento

Um orçamento bem feito ajuda a garantir a previsibilidade e a capacidade de tomar decisões com tempo hábil. Não é necessário entender o orçamento como algo rígido e imutável, mas sim um direcionador estratégico ao longo do período. O objetivo é que você olhe para o futuro e antecipe cenários, em vez de apenas reagir a eles.

 

É preciso definir premissas claras, realistas e bem fundamentadas, além de padronizar as categorias orçamentárias. Isso significa que, se você orçou “despesas com transporte“, essa categoria deve ser a mesma utilizada para registrar as despesas reais. Conciliar a categorização dos lançamentos do ERP com as que foram utilizadas no orçamento permite que façamos uma comparação mais assertiva entre orçado e realizado (comparamos maçã com maçã), facilitando a identificação de desvios e correções de rota. 

 

Um orçamento eficaz serve como um forecast dinâmico, com revisões periódicas. Não espere o fim do ano para analisar resultados. Faça revisões mensais, trimestrais, semestrais ou em qualquer momento que for necessário, ajustando as projeções conforme as mudanças no mercado ou no próprio negócio.

 

Ao mesmo tempo, é fundamental manter uma versão original do orçamento. Essa comparação entre o planejado inicialmente e o que foi ajustado ao longo do tempo permite aprender com os desvios e tornar as próximas projeções ainda mais assertivas.

 

Exemplo prático

Imagine que com base nas projeções do trimestre, você identifica uma previsão de descasamento de caixa no fim do período, resultado de um custo acima do previsto e de um aumento do prazo médio de recebimento.

 

Se você conta com um orçamento estruturado e atualizado, mesmo que simples, como uma planilha que compare o planejado com o realizado, consegue antecipar esse cenário.

 

Com essa visão, é possível agir com mais tranquilidade e analisar alternativas como: negociar prazos de pagamento com fornecedores, buscar linhas de crédito, otimizar ou postergar despesas e investimentos ou renegociar termos com o cliente. Sem essa visibilidade antecipada, a empresa estaria reagindo a uma crise, o que é sempre mais custoso e estressante.

 

 

Passo 4: Gere relatórios gerenciais e promova análise estratégica

Registrar e orçar são passos essenciais, mas por si só não bastam para uma organização financeira eficaz. O verdadeiro valor surge quando esses dados são transformados em insights acionáveis. É aqui que entram os relatórios gerenciais e análise estratégica, que permitem que as informações fluam e se tornem base para decisões inteligentes.

 

Os relatórios gerenciais devem ser claros, concisos e adaptados às necessidades dos diferentes stakeholders. Não é apenas apresentar números, mas contar uma história com eles: 

 

  • Que tendências os números estão mostrando? 
  • Quais são os principais desafios? 
  • Onde estão as oportunidades? 
  • O que devemos fazer hoje para melhorar o resultado futuro?

 

Análises em excel, apresentações em PowerPoint, dashboards em PowerBI ou mesmo relatórios customizados do ERP ajudam a visualizar os números de forma intuitiva e dinâmica. Eles permitem uma visão panorâmica da performance financeira com detalhes quando necessário.

 

Além disso, reuniões com os stakeholders para a revisão dos resultados são fundamentais para discutir as razões por trás dos números e alinhar ações que devem ser feitas para otimizar o resultado futuro. Isso fomenta uma cultura de responsabilidade e colaboração em toda a empresa.

 

Em empresas mais maduras, o papel do FP&A (Planejamento e Análise Financeira) é apoiar estrategicamente a tomada de decisões das empresas. Essa área é responsável por ir além do básico, analisando corretamente os desvios do orçado vs realizado, sensibilizando cenários e riscos, além de elaborar projeções assertivas, que auxiliam a empresa a fazer melhores decisões de investimentos.

 

 

Passo 5: Capacitação, otimização e tecnologia para melhoria contínua

A organização das finanças da empresa não tem um fim definido, é um processo de aprimoramento contínuo. Para manter a eficácia dos passos anteriores, é fundamental focar na capacitação da equipe, otimização de processos e uso estratégico da tecnologia.

 

Capacite a sua equipe

Invista na capacitação da equipe, desde os colaboradores que fazem os lançamentos diários até os gestores que interpretam os relatórios. Todos devem compreender a importância do escopo de trabalho.

 

Treinamentos sobre as ferramentas (ERPs, planilhas), políticas internas e conceitos financeiros básicos (como classificação de custos, centros de lucro, etc.) são essenciais para todas as pessoas envolvidas nas áreas de gestão financeira, independente do cargo. Uma equipe bem treinada garante a qualidade das informações e é capaz de identificar erros e propor melhorias.

 

Otimize a agenda e os processos para maior eficiência

Padronizar datas de pagamento a fornecedores é uma medida simples, mas que pode gerar grandes ganhos. Ao estabelecer datas fixas para essas saídas, a empresa melhora a previsibilidade do caixa de curto prazo e organiza melhor a agenda dos responsáveis por aprovações, reduzindo gargalos operacionais.

 

Além disso, revisar e padronizar rotinas financeiras (como cronogramas internos para registro e consolidação de dados) permite acelerar o fechamento dos resultados mensais, mesmo que a empresa trabalhe com indicadores puramente gerenciais. 

 

Com processos mais bem estruturados e o apoio de tecnologias adequadas, a empresa consegue gerar informações com mais agilidade, permitindo uma tomada de decisão mais rápida e embasada.

 

Use tecnologia para aumentar a complexidade analítica

A tecnologia é uma aliada para a organização das finanças da empresa. Utilize para reduzir tempo gasto em tarefas operacionais e repetitivas, liberando a equipe para análises mais complexas e estratégicas.

 

  • Automação de lançamentos: Sistemas ERP modernos permitem integração com bancos, automação de lançamentos recorrentes e importação de dados, diminuindo erros manuais e acelerando o processo de registro;
  • Gerenciamento de documentos e fluxos de aprovação: A digitalização e a automação de processos aumentam a segurança e agilizam o fluxo de informações, garantindo decisões com base em dados atualizados;
  • Inteligência Artificial e Machine Learning: Essas soluções podem otimizar a previsão de fluxo de caixa, identificar padrões de despesas e receitas, e até prever riscos financeiros com maior precisão;
  • Ferramentas de integração e tratamento de dados: O uso de robôs de RPA, Power Automate,  Power Query dentre outros otimizam a captura, consolidação e tratamento dos dados, liberando tempo para que os analistas foquem em análise;
  • Ferramentas de análise de dados: Além do Power BI, outras ferramentas podem ser usadas para criar dashboards interativos, permitindo que os gestores explorem os dados financeiros de diferentes perspectivas e gerem melhores insights.

 

Ao abraçar a melhoria contínua sua empresa estará organizada financeiramente,  preparada para enfrentar os desafios, aproveitar oportunidades e garantir a sustentabilidade do negócio a longo prazo.

 

 

Perguntas frequentes sobre como organizar as finanças da empresa

Qual a importância de separar finanças pessoais das empresariais?

Separar as contas é fundamental para ter uma visão clara da saúde financeira da empresa. Contas misturadas impedem a análise real de lucratividade e prejudicam a previsibilidade do negócio.

 

O que é conciliação bancária e por que ela é tão importante?

É a comparação entre extrato bancário e registros internos. Fundamental para identificar divergências, erros ou fraudes, garantindo a confiabilidade dos dados e a base para decisões precisas.

 

Como um orçamento pode ajudar a minha empresa a crescer?

O orçamento empresarial é um plano financeiro que define metas e aloca recursos. Ele permite otimizar gastos, monitorar o desempenho e tomar decisões proativas para o crescimento, como buscar investimentos ou ajustar despesas.

 

Quais relatórios financeiros são essenciais para uma boa gestão?

Depende da realidade de cada empresa. Pode ser que seja importante ter relatório de lucratividade por centro de custo ou unidade de negócio e acompanhamento de KPI estratégicos. Mas começar com as demonstrações financeiras (fluxo de caixa, DRE e balanço patrimonial) já é um ótimo começo. 

 

Quando contratar um especialista ou consultoria financeira para minha empresa?

A necessidade de uma consultoria financeira pode surgir por diversos motivos: desde uma desorganização nos controles internos, falta de previsibilidade no fluxo de caixa, até dificuldades para analisar com precisão os números do negócio e tomar decisões com base em dados confiáveis.

 

Além disso, à medida que a operação cresce, surgem novas demandas (mais centros de custo, diferentes unidades de negócio, contratos mais complexos) que exigem uma estrutura financeira mais robusta e especializada. Nesses momentos, contar com o apoio de uma consultoria permite organizar os processos, fortalecer a gestão e gerar as análises necessárias para sustentar o crescimento com mais segurança.

Como a Crescento pode ajudar

Na Crescento, unimos conhecimento técnico, expertise e inteligência financeira para construir soluções personalizadas e sustentáveis.

 

Se você precisa de mais clareza sobre a saúde financeira da sua empresa, ou deseja estruturar um modelo de planejamento eficiente, conte com a nossa equipe.

 

  • Assessoria especializada para implementar e otimizar os 5 passos da organização financeira, adaptando-os à realidade do seu negócio;
  • Ajudamos a organizar os processos e rotina da tesouraria, melhorando a qualidade dos lançamentos;
  • Especialistas em FP&A: entendemos os números da sua empresa, trazendo previsibilidade para tomar decisões mais assertivas e sustentáveis.

 

Fale com um de nossos consultores e veja como podemos apoiar o seu negócio.

 

Reequilíbrio econômico-financeiro do contrato: o que é, quando aplicar e como garantir contratos sustentáveis

Reequilíbrio econômico-financeiro do contrato: o que é, quando aplicar e como garantir contratos sustentáveis

 

O cenário econômico global está em constante mudança, afetando diretamente contratos de longo prazo. O reequilíbrio econômico-financeiro do contrato surge como uma solução vital para manter a sustentabilidade dessas relações, especialmente em períodos de volatilidade econômica.

 

Empresas que atuam em setores sensíveis, como infraestrutura, prestação de serviços e concessões públicas, enfrentam desafios que podem exigir ajustes contratuais ao longo do tempo.

 

Por isso, esse processo, quando bem gerido, assegura que ambas as partes mantenham a equidade contratual e, ao mesmo tempo, protejam seus interesses financeiros.

 

Para entender mais sobre as possibilidades de reequilíbrio econômico-financeiro, continue a leitura!

 

O que é reequilíbrio econômico-financeiro do contrato?

O reequilíbrio econômico-financeiro do contrato é um mecanismo previsto na legislação brasileira (Lei nº 14.133/2021) que busca restaurar o equilíbrio original de um contrato quando eventos extraordinários ou imprevisíveis afetam significativamente a execução financeira do acordo.

 

Em termos práticos, trata-se de ajustar valores, prazos ou condições contratuais para que nenhuma das partes sofra perdas desproporcionais em decorrência de fatores externos, como variações econômicas abruptas, inflação descontrolada, crises cambiais ou mudanças no escopo do projeto, por exemplo.

 

Para empresas que gerenciam grandes contratos, como concessões públicas ou projetos de infraestrutura, esse equilíbrio é fundamental para manter a viabilidade financeira ao longo do tempo. Sem ele, os custos inesperados podem impactar severamente o caixa da empresa, afetando sua capacidade de operar e de gerar valor de forma sustentável.

 

– Leia também: Análise financeira em concessões públicas: como ser competitivo em leilões de infraestrutura

 

Qual a diferença entre reequilíbrio, revisão e repactuação do contrato?

Essa é uma diferença que pode gerar dúvidas, pois todos os termos tratam de ajustes em contratos. No entanto, cada uma dessas modalidades tem finalidades e circunstâncias específicas. Entender suas particularidades é fundamental para fazer escolhas estratégicas e adequadas para cada situação contratual.

 

1. Reequilíbrio do contrato

Pode ser acionado quando eventos extraordinários e imprevisíveis alteram substancialmente o equilíbrio econômico original do contrato. Isso significa que o contrato se tornou inviável financeiramente para uma das partes devido a fatores externos.

 

Essa modalidade visa restaurar a equidade original acordada entre as partes, para que o contrato possa ser cumprido conforme os termos estabelecidos inicialmente, sem prejuízo financeiro desproporcional.

 

2. Revisão de contrato

A revisão de contrato ocorre quando há necessidade de ajustar os termos contratuais em razão de mudanças nas circunstâncias ou condições iniciais, porém sem o caráter emergencial que caracteriza o reequilíbrio.

 

Nesse caso, não é necessário que tenha ocorrido um evento imprevisível ou extraordinário. A revisão pode ser motivada, por exemplo, por alterações no escopo do projeto, mudanças regulatórias ou mesmo por questões operacionais que surgiram durante a execução do contrato.

 

Na revisão, as partes buscam adaptar o contrato para que ele continue alinhado às condições práticas e necessidades atuais, mas sem que haja um rompimento brusco. Trata-se, portanto, de uma medida preventiva e de ajuste pontual.

 

3. Repactuação do contrato

Este, por sua vez, é um mecanismo utilizado quando as partes acordam em renegociar os termos contratuais de forma mais ampla, geralmente envolvendo ajustes periódicos ou situações previstas no contrato.

 

Ao contrário do reequilíbrio e da revisão, que costumam ser relativos a situações externas, a repactuação é uma renegociação planejada e muitas vezes esperada, baseada em previsões contratuais.

 

Ela pode ocorrer em contratos que envolvem reajustes periódicos de preços, por exemplo, ou quando há uma cláusula que permite a renegociação de termos após um certo período. Em muitos contratos de longo prazo, a repactuação é uma ferramenta importante para garantir que o contrato continue refletindo a realidade de mercado e as condições econômicas ao longo do tempo.

 

Quando o pedido de reequilíbrio econômico-financeiro é necessário?

O pedido de reequilíbrio econômico-financeiro é geralmente acionado quando eventos fora do controle das partes impactam de maneira significativa o contrato. Entre os principais fatores que podem justificar essa solicitação estão:

 

1. Inflação e variação cambial

Mudanças bruscas na inflação ou nas taxas de câmbio podem justificar um pedido de reequilíbrio.

 

Esses fatores têm um impacto direto no poder de compra e nos custos de execução do contrato. Isso é especialmente relevante em contratos de longa duração, onde flutuações econômicas podem gerar desequilíbrios significativos nos valores pactuados.

 

A inflação, por exemplo, pode aumentar o custo dos insumos, enquanto a variação cambial pode impactar contratos que envolvem pagamentos em moedas estrangeiras.

 

– Leia também: Reforma tributária: o que muda no jogo fiscal para as empresas?

 

2. Crises econômicas e eventos de força maior

São situações extraordinárias e imprevisíveis que podem causar grande impacto em contratos. Esses eventos incluem desde recessões econômicas até desastres naturais, crises globais e pandemias, que afetam a capacidade das partes de cumprir suas obrigações contratuais.

 

A pandemia de Covid-19, por exemplo, resultou em interrupções na cadeia de suprimentos, restrições operacionais, quedas na demanda e aumentos inesperados de custos. Nessas situações, o reequilíbrio econômico-financeiro é essencial para garantir que o contrato permaneça viável, permitindo ajustes para que ambas as partes possam continuar a relação contratual sem assumir perdas excessivas.

 

3. Mudanças no escopo do projeto

Quando o projeto original sofre modificações, seja por necessidade do contratante ou por exigências legais, os custos e prazos originalmente estabelecidos podem não ser mais suficientes.

 

Essas mudanças podem incluir alterações técnicas, ampliação das atividades contratadas ou até mesmo novos requisitos regulatórios que exigem mais recursos.

 

4. Atrasos na execução

Atrasos no cronograma também podem motivar um pedido de reequilíbrio, especialmente quando geram custos adicionais não previstos.

 

Se uma das partes não puder cumprir os prazos acordados por motivos que fogem ao seu controle, como problemas logísticos ou operacionais, é essencial revisar os termos financeiros do contrato para garantir que as partes não sejam prejudicadas. Nesse cenário, o reequilíbrio é uma forma de ajustar os custos e prazos à nova realidade do projeto.

 

5. Fato do Príncipe

Por fim, o fato do príncipe ocorre quando um ato administrativo do Estado, como uma nova regulamentação ou política pública, afeta indiretamente o contrato, tornando impossível sua execução nos termos originalmente pactuados. Por exemplo, uma nova legislação que impõe custos adicionais ao cumprimento do contrato pode desencadear um pedido de reequilíbrio econômico-financeiro, pois altera substancialmente as condições sob as quais o contrato foi firmado.

 

– Leia também: Evolução do mercado de concessões públicas e PPPs no Brasil

 

Formatos de reequilíbrio econômico-financeiro

O reequilíbrio econômico-financeiro pode ser alcançado por diferentes formatos, dependendo das necessidades contratuais e do impacto financeiro gerado. Entre os principais formatos, estão:

 

  • Aumento da tarifa: ajuste nos valores cobrados pelos serviços para compensar o aumento nos custos operacionais ou econômicos;
  • Ampliação de prazo: extensão do prazo contratual para permitir maior retorno financeiro, compensando desequilíbrios temporários;
  • Redução no valor da outorga: diminuição do valor devido ao poder concedente, como forma de reequilibrar o contrato frente a novas exigências;
  • Implementação ou aumento de subsídio: inclusão ou ampliação de subsídios governamentais para garantir a continuidade do serviço sem sobrecarregar a empresa.

 

Esses formatos são apenas algumas das alternativas para assegurar a sustentabilidade financeira do contrato. É necessário avaliar cada caso individualmente para entender qual é a melhor forma de ajuste.

 

Como calcular o reequilíbrio econômico-financeiro?

Calcular o reequilíbrio econômico-financeiro exige uma análise detalhada para comprovar, de forma objetiva, que houve desequilíbrio nos termos originais do contrato. Esse cálculo deve ser transparente e baseado em dados concretos.

Em geral, o processo envolve:

  1. Definir o ponto de equilíbrio original: identificar as condições financeiras previstas no contrato inicial, incluindo custos, receitas, prazos e margens;
  2. Apurar o impacto do evento gerador: mensurar financeiramente o efeito de fatores como inflação, variação cambial, aumento de custos ou mudanças no escopo;
  3. Comparar valores antes e depois do evento: apresentar de forma clara como as novas condições alteram a viabilidade do contrato;
  4. Calcular o ajuste necessário: estimar a compensação justa para restabelecer o equilíbrio, seja por aumento de valores, extensão de prazos ou outras medidas previstas na legislação e no contrato;
  5. Validar com documentação comprobatória: anexar planilhas, notas fiscais, índices econômicos e outros registros que justifiquem o pedido.

 

Uma metodologia bem estruturada aumenta a credibilidade do pleito e reduz riscos de indeferimento.

 

Modelo de pedido de reequilíbrio econômico-financeiro

A formalização do pedido de reequilíbrio contratual é tão importante quanto o cálculo. Um modelo básico pode conter:

 

  • Identificação das partes: Nome e dados da empresa contratante e contratada;
  • Referência contratual: Número, data e objeto do contrato;
  • Descrição do evento gerador: Relato claro e objetivo sobre o fato extraordinário ou imprevisível que provocou o desequilíbrio;
  • Impactos financeiros: Demonstração, em valores, do impacto nas condições originais, com base em documentos e cálculos detalhados;
  • Solicitação de ajustes: Indicação das medidas propostas para restabelecer o equilíbrio (revisão de valores, extensão de prazos, etc.);
  • Documentos anexos: Planilhas, notas fiscais, laudos técnicos e demais provas que sustentem a solicitação;
  • Assinatura e data: Assinatura dos representantes legais e data de emissão.

 

Dica: manter um tom objetivo, técnico e fundamentado aumenta as chances de sucesso do pedido e agiliza as negociações.

 

Erros comuns ao solicitar o reequilíbrio contratual e como evitá-los

Empresas que precisam solicitar o reequilíbrio econômico-financeiro devem ter cuidado para não cometer erros que possam comprometer suas negociações.

 

Um dos mais comuns é subestimar os impactos financeiros. Muitas empresas fazem cálculos superficiais dos custos gerados por eventos inesperados, o que resulta em pedidos de reequilíbrio insuficientes.

 

Outro problema recorrente é a falta de documentação adequada. Para que o pedido seja bem-sucedido, é preciso apresentar dados sólidos e documentados que comprovem o impacto dos fatores externos sobre o contrato.

 

Além disso, focar exclusivamente no curto prazo pode ser prejudicial. Alguns gestores tentam resolver apenas o problema imediato, sem levar em conta os efeitos a longo prazo, o que pode gerar novas demandas de reequilíbrio no futuro.

 

Para evitar esses erros, é fundamental realizar uma análise financeira detalhada, reunir documentação clara e adotar uma visão de longo prazo, considerando todas as variáveis envolvidas no processo.

 

– Leia também: Consultor de investimentos: a chave para proteger e potencializar seu patrimônio

 

Como uma consultoria especializada pode ajudar no reequilíbrio econômico-financeiro do contrato?

Uma consultoria financeira especializada, como a Crescento, pode ser um aliado estratégico para empresas que precisam solicitar o reequilíbrio econômico-financeiro. Isso porque uma consultoria pode:

 

  • Analisar os impactos financeiros: com uma visão técnica e detalhada, a consultoria consegue identificar todos os impactos que o evento externo causou no contrato e nas finanças da empresa;
  • Preparar a documentação necessária: consultorias especializadas garantem que a solicitação esteja embasada em dados financeiros e jurídicos robustos;
  • Medir os efeitos a longo prazo: um dos principais benefícios de contar com uma consultoria é que ela pode ajudar a empresa a prever os impactos futuros, criando uma estratégia sólida para minimizar riscos;
  • Prevenir a necessidade de reequilíbrio: além de ajudar no momento de crise, uma consultoria financeira pode ser essencial na fase de elaboração do contrato, criando cláusulas e previsões que minimizem a necessidade de futuros reequilíbrios.

 

FAQ: principais dúvidas sobre o tema

Confira a seguir as principais dúvidas sobre o reequilíbrio contratual. Algumas já foram respondidas, mas reunimos tudo nesta seção para facilitar sua consulta!

 

O que é reequilíbrio econômico-financeiro?

É um mecanismo previsto na legislação brasileira que busca restaurar o equilíbrio original de um contrato quando eventos extraordinários ou imprevisíveis impactam significativamente sua execução financeira.

 

Qual a diferença entre reequilíbrio e reajuste?
O reequilíbrio é acionado diante de eventos imprevisíveis e extraordinários que comprometem a viabilidade financeira do contrato. Já o reajuste é uma atualização periódica dos valores pactuados, normalmente prevista no contrato, para repor perdas inflacionárias ou variações de índices específicos.

 

Como calcular o reequilíbrio econômico-financeiro?
O cálculo envolve identificar o ponto de equilíbrio original do contrato, mensurar financeiramente o impacto do evento gerador, comparar os valores antes e depois desse evento e estimar o ajuste necessário. É fundamental embasar tudo com documentação comprobatória, como planilhas, notas fiscais e índices econômicos.

 

Como fazer reequilíbrio econômico-financeiro?
O processo começa com a apuração dos impactos financeiros e a elaboração de um relatório técnico. Em seguida, formaliza-se um pedido contendo a identificação das partes, referência ao contrato, descrição do evento, detalhamento dos impactos e a proposta de ajuste. A documentação deve ser clara, objetiva e fundamentada.

 

Como justificar o reequilíbrio econômico-financeiro?
A justificativa deve demonstrar que um evento externo, imprevisível e extraordinário afetou diretamente a execução do contrato, tornando-o desequilibrado financeiramente. É essencial apresentar provas concretas, como laudos técnicos, séries históricas de preços e análises de mercado que comprovem a alteração significativa das condições originais.

 

Qual é o prazo para solicitar o reequilíbrio econômico-financeiro?
O prazo pode variar conforme o contrato e a legislação aplicável, mas a recomendação é que o pedido seja feito o quanto antes após a constatação do evento gerador, para evitar acúmulo de prejuízos e facilitar as negociações.

 

Conheça o trabalho da Crescento

Em um cenário econômico em constante mudança, o reequilíbrio econômico-financeiro é essencial para preservar contratos e evitar prejuízos desnecessários. Com o apoio de especialistas, é possível conduzir esse processo de forma estratégica, precisa e segura.

 

Na empresa de consultoria financeira Crescento, entendemos que contratos robustos e bem geridos são a base para a sustentabilidade financeira de qualquer empresa.

 

Nossa equipe de especialistas está preparada para auxiliar desde a análise financeira detalhada até a preparação e defesa de pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro. Atuamos de forma personalizada, sempre com foco em soluções eficientes e estratégicas que protejam os interesses de sua empresa.

 

Entre em contato e descubra como podemos ajudar a garantir que seus contratos estejam sempre equilibrados e preparados para enfrentar as mudanças do cenário econômico.

Reforma tributária: o que muda no jogo fiscal para as empresas?

A reforma tributária, aprovada em 2023, marca uma das maiores transformações fiscais no Brasil. Visando simplificar tributos e criar um ambiente de negócios mais previsível, ela gerou atenção e preocupação em empresas de médio e grande porte. 

 

Os impactos vão da gestão de capital de giro à precificação de contratos e estratégias de investimento. Nosso objetivo com este artigo é detalhar os pontos-chave da nova legislação e seus efeitos para empresas com grandes projetos e contratos de longo prazo. Boa leitura!

 

Neste artigo, você vai entender:

 

 

O que é a reforma tributária e porque ela foi aprovada?

A reforma tributária busca reestruturar o modelo de cobrança de impostos sobre o consumo no Brasil. Por décadas, o país conviveu com um modelo fragmentado, considerado um dos sistemas mais complexos do mundo, marcado por:

 

  • Sobreposição de tributos em diferentes esferas de governo (federal, estadual e municipal);
  • Dificuldade de apuração de créditos tributários;
  • Alta litigiosidade entre contribuintes e o Fisco;
  • Incentivos que geraram distorções econômicas e guerra fiscal entre estados.

 

A aprovação da reforma tributária veio como resposta a uma demanda antiga do mercado por um sistema mais eficiente e transparente. 

 

Os objetivos são a simplificação da tributação sobre o consumo, a redução do custo de conformidade tributária para as empresas, o estímulo à competitividade do ambiente de negócios e a busca por maior neutralidade na arrecadação, evitando que o sistema fiscal distorça decisões econômicas ou interfira na dinâmica natural das cadeias produtivas.

 

Com a reforma, o Brasil dá um passo em direção a um sistema mais alinhado com as melhores práticas internacionais, adotando o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) como base.

 

A reforma tributária foi aprovada: o que muda na prática?

A mudança mais significativa é a substituição de cinco tributos atuais por dois novos impostos sobre o consumo, inspirados no modelo do IVA, já utilizado em diversos países.

 

Os tributos que serão extintos incluem:

 

  • ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – estadual);
  • ISS (Imposto sobre Serviços – municipal);
  • PIS (Programa de Integração Social – federal);
  • COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – federal);
  • IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados – federal, que será parcialmente incorporado).

 

Eles serão substituídos por dois novos impostos:

 

  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): de competência federal, irá substituir PIS e COFINS;
  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): com gestão compartilhada entre estados e municípios, irá substituir ICMS e ISS.

 

Como funciona a lógica do IVA?

Tanto o CBS quanto o IBS incidem sobre o valor adicionado em cada etapa da cadeia de produção e comercialização. Isso significa que cada empresa recolhe o imposto sobre a diferença entre o valor de suas vendas e o valor das suas compras.

 

Um dos principais benefícios é o direito ao crédito tributário amplo, o que tende a reduzir os efeitos cumulativos típicos do sistema atual. Na prática, isso permite que as empresas abatam os impostos pagos nas etapas anteriores da cadeia produtiva, melhorando a transparência e a previsibilidade tributária.

 

Cronograma de implementação

A transição para o novo sistema será de forma gradual. O objetivo é permitir que todos tenham tempo para se adequar. O cronograma básico é o seguinte:

 

  • 2026: Ano teste da CBS e IBS, com alíquotas reduzidas que serão compensadas no PIS/COFINS;
  • 2027: Cobrança do CBS e extinção do PIS/COFINS. Redução a zero das alíquotas do IPI com exceção da ZFM e instituição do Imposto Seletivo;
  • 2029 a 2032: Transição do ICMS e ISS para o IBS via aumento gradual do IBS contra uma redução gradual dos tributos antigos;
  • 2033: Extinção do ICMS e ISS e plena implementação do novo modelo tributário.

 

Split payment: a mudança que mais impacta o caixa das empresas

O split payment talvez seja a mudança mais significativa do ponto de vista operacional e financeiro. 

 

Diferentemente do modelo atual, em que a empresa recebe o valor bruto da venda e recolhe os tributos posteriormente (geralmente em até 30 dias), com o split payment, o valor referente à CBS e ao IBS será automaticamente retido no momento do pagamento e transferido diretamente ao Fisco pelo intermediário financeiro (como bancos ou adquirentes de cartão). 

 

Essa antecipação do recolhimento afeta diretamente o capital de giro, reduz a liquidez imediata das empresas e pode gerar descompassos relevantes entre receita bruta faturada e receita disponível em caixa. O impacto será ainda mais intenso em operações de recebíveis e vendas a prazo.

 

Para empresas que dependem de fluxo de caixa prolongado ou operam com margens reduzidas, a adaptação exigirá revisão dos modelos de precificação, negociações com fornecedores, ajustes nos prazos de recebimento e maior integração entre as áreas fiscal, financeira e comercial. 

 

Por outro lado, o split payment também traz uma consequência indireta que impacta a cultura fiscal das empresas: ao eliminar a autonomia sobre o recolhimento dos tributos, ele reduz a possibilidade de postergação intencional dos pagamentos, como o não recolhimento corrente seguido de parcelamentos junto ao Fisco. 

 

Na prática, empresas que utilizam esse prazo como uma ferramenta adicional de gestão de caixa precisarão se adaptar a um cenário em que o recolhimento é automático e imediato. 

 

Isso exigirá maior rigor no planejamento tributário, maior previsibilidade no fluxo de caixa e ainda mais disciplina na gestão financeira da empresa. O ambiente tende a se tornar mais transparente e controlado, mas também impõe novos desafios operacionais.

 

Impactos práticos para as empresas durante a transição

A transição exige grande esforço das empresas para atualizar sistemas (ERP, contabilidade, compliance) e lidar com o cálculo de impostos em duas bases, aumentando o risco de erros fiscais.

 

Além disso, será necessário redobrar a atenção na gestão de fluxo de caixa e no planejamento tributário, já  que o modelo de split payment também começará a ser implementado.

 

Outro ponto é que a transição será acompanhada por uma fase de ajustes de alíquotas, ainda não totalmente definidas, o que pode dificultar o planejamento financeiro de médio e longo prazo e trazer insegurança jurídica.

 

Por isso, as empresas precisam começar, o quanto antes, a modelar os impactos da reforma e sensibilizar diferentes cenários, considerando as particularidades de sua cadeia produtiva, estrutura societária e regime de tributação. 

 

Mais do que apenas revisar processos, contratos e sistemas internos, é essencial construir uma visão clara e estratégica das potenciais mudanças, com o apoio de uma consultoria especializada, para minimizar riscos e identificar oportunidades dentro do novo cenário tributário.

 

O que muda para as empresas do Simples Nacional?

Para essas empresas, o sistema atual de tributação por faixas de faturamento será mantido. Elas continuarão apurando seus tributos com base em uma alíquota efetiva variável, conforme o volume de receita bruta anual.

 

No entanto, um ajuste importante será feito nas alíquotas de referência utilizadas no Simples Nacional, de modo a refletir a nova estrutura tributária e manter o princípio de neutralidade arrecadatória. 

 

Vale lembrar que a neutralidade é uma diretriz que norteia toda a reforma, buscando evitar distorções econômicas também para empresas no Lucro Real e Presumido. A ideia central é que as mudanças de alíquota não resultem, em teoria, em aumento generalizado de carga tributária, mas a efetividade desse objetivo dependerá muito da realidade de cada setor e da forma como os créditos serão aproveitados.

 

Além disso, as empresas do Simples Nacional terão a possibilidade de optar por um regime alternativo: o recolhimento separado da CBS e do IBS, com a possibilidade de apuração e aproveitamento de créditos tributários. Essa escolha pode ser vantajosa para empresas que atuam como fornecedoras em cadeias produtivas mais longas, onde o aproveitamento de créditos pelos clientes pode gerar um diferencial competitivo.

 

A escolha entre permanecer no regime tradicional do Simples ou migrar para o recolhimento separado deverá ser feita com base em uma análise detalhada do perfil de receitas, estrutura de custos e posição na cadeia de valor da empresa. Cada caso exigirá uma simulação personalizada, considerando os impactos sobre a margem de lucro, o fluxo de caixa e a competitividade no mercado.

 

Já para os Microempreendedores Individuais (MEIs), a reforma não trará impactos diretos. Os MEIs continuarão seguindo as regras atuais, sem alteração nas alíquotas ou nas obrigações acessórias.

 

 

Impactos para empresas: simplificação ou novos desafios?

Embora o discurso sobre a reforma tributária enfatize a simplificação do sistema, as empresas podem ter desafios para se adequarem ao novo sistema:

Aumento da alíquota nominal e o desafio de entender a alíquota efetiva

Um dos temas que mais têm gerado preocupação é a definição da alíquota efetiva de impostos. As primeiras projeções indicam que a alíquota nominal (somando CBS e IBS) pode chegar a 28%, o que, à primeira vista, parece um aumento expressivo da carga tributária.

 

No entanto, a alíquota efetiva, ou seja, o percentual que cada empresa realmente pagará, considerando os créditos a que terá direito, será bastante variável. Os principais fatores que vão influenciar esse número incluem:

 

  • A capacidade da empresa de acumular créditos tributários com seus fornecedores;
  • O perfil da sua cadeia produtiva (mais ou menos sujeita à geração de créditos);
  • O tipo de produto ou serviço oferecido (com ou sem direito a crédito);
  • A estrutura societária e o regime tributário vigente;
  • A exposição ao consumidor final, onde normalmente há menos créditos a serem aproveitados.

 

Empresas com cadeias longas e grande capacidade de geração de créditos, como indústrias e empresas de infraestrutura com alto volume de investimentos, poderão experimentar uma alíquota efetiva mais baixa. 

 

Por outro lado, empresas com foco no consumidor final, como as de varejo ou prestação de serviços B2C, onde há menor acúmulo de créditos, podem ver um aumento significativo da carga tributária.

 

Além da geração de créditos, alguns setores da economia serão contemplados com regimes específicos, que preveem descontos sobre a alíquota nominal de 28%. Esses regimes favorecidos têm como objetivo atenuar os impactos da reforma sobre segmentos atualmente beneficiados por incentivos fiscais. 

 

As regras detalhadas ainda estão em discussão e devem ser definidas por meio de lei complementar. Entre os setores que devem ser beneficiados estão: saúde, agropecuária, transporte público, combustíveis, lubrificantes e operações com bens imóveis.

 

Repercussão nos contratos: necessidade de reequilíbrio

Diante dessas mudanças estruturais, uma consequência inevitável é a revisão dos contratos comerciais. 

 

Empresas que operam sob contratos de longo prazo (como concessões públicas e PPPs) já costumam contar com cláusulas que permitem pleitos de reequilíbrio econômico-financeiro, como forma de compensar impactos regulatórios e fiscais. Nesses casos, a reforma tributária pode ser um gatilho legítimo para solicitar ajustes nos contratos vigentes.

 

Por outro lado, empresas que atuam no mercado privado (especialmente aquelas com grande volume de contratos com clientes B2B ou B2C) terão um trabalho extenso pela frente para mapear todos os contratos vigentes e renegociar condições, de forma a incorporar os novos custos tributários e proteger a rentabilidade.

 

– Leia também: Reequilíbrio econômico-financeiro do contrato: o que é, quando aplicar e como garantir contratos sustentáveis

 

 

Como se preparar: planejamento fiscal em tempos de mudança

As mudanças já foram aprovadas e o cronograma de implementação está em curso. Por isso, empresas precisam começar, desde já, a se antecipar aos impactos e planejar estrategicamente sua adaptação ao novo sistema. Quem deixar para reagir apenas quando as novas regras entrarem plenamente em vigor corre o risco de enfrentar:

 

  • Perda de margem operacional, por não ter reavaliado a precificação de seus produtos e serviços a tempo;
  • Descompasso no fluxo de caixa, agravado pela implementação do split payment, que vai exigir mais capital de giro para sustentar a operação;
  • Insegurança contratual, caso a empresa não faça uma revisão prévia de seus contratos com clientes e fornecedores, considerando os novos impactos tributários;
  • Aumento de custo operacional, com custos emergenciais de adequação sistêmica.

 

Avaliação de riscos e oportunidades: curto, médio e longo prazo

O primeiro passo é uma análise detalhada da cadeia produtiva, mapeando como cada elo será afetado pela nova tributação. Isso inclui:

 

  • Simulações de alíquota efetiva, considerando o perfil de crédito tributário de cada etapa da cadeia;
  • Estudos de impacto no capital de giro, especialmente para empresas com grande volume de transações ou com forte atuação no B2B;
  • Revisão de políticas comerciais, reavaliando margens, prazos de pagamento e condições de negociação;
  • Adequação dos sistemas de gestão (ERP e contabilidade), garantindo que estejam preparados para as novas exigências de apuração e recolhimento dos tributos.

 

No médio e longo prazo, será fundamental também revisitar o planejamento estratégico, recalculando projeções financeiras, estratégias de expansão e investimentos.

 

A importância da assessoria especializada

Diante desse cenário, contar com uma assessoria especializada em planejamento fiscal e financeiro deixou de ser um diferencial e passou a ser uma necessidade. Cada empresa terá um conjunto único de desafios e oportunidades, e as decisões tomadas agora vão impactar a competitividade e a saúde financeira nos próximos anos.

 

 

Como a Crescento pode ajudar

Na Crescento, entendemos que a reforma tributária representa muito mais do que uma mudança nas regras fiscais. Ela é uma oportunidade para as empresas que souberem agir de forma estratégica.

 

Nossa equipe atua ao lado dos clientes em diferentes frentes:

 

  • Simulação de cenários de alíquota efetiva, com foco em preservar margem e rentabilidade;
  • Análise de impacto no fluxo de caixa, considerando o split payment e outras mudanças relevantes;
  • Apoio na revisão e renegociação de contratos, ajudando a proteger os interesses da empresa diante das novas regras;
  • Ajustes na estrutura societária e no planejamento tributário, buscando a melhor eficiência fiscal;
  • Consultoria especializada para concessões e PPPs, incluindo suporte em pleitos de reequilíbrio contratual.

 

Além disso, oferecemos ferramentas e checklists personalizados para que cada cliente possa revisar sua estrutura tributária de ponta a ponta, com clareza e segurança.

 

Quanto mais cedo sua empresa começar esse movimento, maiores as chances de transformar os desafios em vantagens competitivas no novo cenário fiscal brasileiro.

 

Fale com um de nossos consultores e veja como podemos apoiar a saúde financeira do seu negócio.

 

 

BPO Financeiro: o que é, vantagens do serviço e quando contratar

Blocos de madeira com ícones que representam processos financeiros, simbolizando a estrutura e os benefícios do BPO financeiro para empresas

O dia a dia de um empreendedor é cheio de desafios, muitos dos quais vão além de suas habilidades. Nesses momentos, contar com ajuda externa faz toda a diferença. Felizmente, hoje existem diversas soluções especializadas para impulsionar os negócios – como é o caso do BPO Financeiro.

 

Neste artigo, vamos explorar o que é o BPO Financeiro, como ele funciona e quais seus benefícios. Você vai entender o que caracteriza o serviço, como identificar se a sua empresa precisa, quem são os profissionais responsáveis pela execução, quais atividades estão incluídas, quanto custa e, principalmente, as vantagens de contar com uma terceirização financeira eficiente. Confira!

 

O que é BPO Financeiro?

BPO, sigla de Business Process Outsourcing, refere-se à terceirização de processos de negócio. Ou seja, o BPO Financeiro é um serviço contratado para ajudar na gestão das contas e finanças de uma empresa, proporcionando, ao final do dia e do mês, a tranquilidade de que o setor financeiro está sendo operado por especialistas. Além disso, esse serviço oferece informações e insights precisos sobre o negócio.

 

Alguns serviços de BPO atuam de forma integrada com a gestão da empresa, visando gerar informações rápidas, aumentar a produtividade da equipe e garantir a confiabilidade dos dados. Por exemplo, o setor comercial precisa reportar constantemente ao financeiro os contratos fechados. Portanto, a gestão de contratos deve ser compartilhada com o financeiro para assegurar uma projeção de fluxo de caixa alinhada à realidade da empresa.

 

 

Como saber se a minha empresa precisa desse serviço?

O BPO Financeiro é indicado tanto para pequenas empresas quanto para aquelas que desejam garantir que sua equipe financeira esteja alinhada com o desenvolvimento e crescimento sustentável do negócio.

A terceirização é uma excelente opção se você quer que sua equipe tenha mais tempo para focar no estratégico, se os custos operacionais estão elevados ou se as demandas financeiras são mais complexas do que a capacidade atual do time.

 

Vale a reflexão: a pessoa responsável pelo financeiro da minha empresa possui um conhecimento aprofundado na área? Entende a fundo sobre gestão financeira? Está disposta a enfrentar desafios e se dedicar para garantir transparência e melhores resultados?

 

Uma consultoria financeira empresarial especializada traz a experiência de diferentes negócios e está preparada para lidar com diversos cenários. São profissionais focados nas suas dores, que dominam as melhores práticas do mercado e buscam soluções eficazes para o seu problema.

 

O BPO Financeiro pode ajudar a reduzir riscos e falhas nos processos, além de otimizar custos financeiros — um objetivo de qualquer empreendedor, concorda? Se sua empresa ainda não conta com um profissional dedicado a essa área, vale a pena considerar esse serviço.

 

Quem faz o BPO Financeiro?

O profissional responsável por esse serviço deve ser especializado em gestão financeira empresarial. Pode ser freelancer ou membro de uma empresa especializada em consultoria e assessoria financeira, como a Crescento.

 

Na hora de contratar, tenha a certeza de estar depositando a saúde financeira do seu negócio nas mãos de alguém que realmente entende e tem experiência no assunto.

 

Serviços de BPO Financeiro

Como a maioria dos serviços financeiros, o BPO Financeiro deve ser personalizado de acordo com a rotina, o segmento, os objetivos e o cenário da empresa. No entanto, alguns serviços são essenciais para garantir sua eficiência:

 

  • Tesouraria: aprimoramento da gestão do fluxo de caixa por meio da classificação precisa dos lançamentos de contas, definição de rotinas e processos financeiros, além do monitoramento contínuo do caixa;
  • FP&A (Financial Planning & Analysis): fortalecimento da gestão do negócio com maior transparência, análise de dados e fornecimento de informações estratégicas para uma tomada de decisão mais assertiva;
  • CFO as a Service: acesso à expertise de um diretor financeiro sem a necessidade de uma contratação exclusiva. Esse profissional analisa insights financeiros e orienta os gestores na tomada das melhores decisões para o negócio.

 

– Saiba mais em: Tipos de BPO financeiro: qual o formato ideal para a sua empresa?

 

Quanto custa o BPO Financeiro?

Por ser um serviço personalizado, alguns fatores são levados em conta na hora de precificar, tais como o regime tributário da empresa, o volume de transações, o porte, quais atividades e/ou serviços serão realizados, entre outros.

 

 

Quais as vantagens de fazer esse serviço?

Os benefícios de um BPO Financeiro são inúmeros, mas aqui estão algumas das principais vantagens:

 

  • Planejamento e fluxo de caixa;
  • Controle de contas a pagar e receber;
  • Informações de fácil acesso;
  • Criação e/ou otimização de plano de contas;
  • Estruturação de orçamento financeiro;
  • Acompanhamento do orçado x realizado;
  • Análises de novas linhas de receita;
  • Criação de relatórios e análise;
  • Mapeamento de pontos de melhoria ;
  • Elaboração de planos estratégicos.

 

– Leia também: Orçamento empresarial: o que é, quando e como fazer

 

FAQ: dúvidas frequentes sobre o BPO financeiro

A seguir, reunimos as dúvidas mais frequentes sobre esse serviço. Muitas delas já foram abordadas ao longo do texto, mas destacamos aqui de forma resumida para facilitar a compreensão. Confira:

 

O que significa a sigla BPO Financeiro?

BPO Financeiro é a abreviação de Business Process Outsourcing Financeiro, ou seja, terceirização de processos financeiros.

 

O que é BPO Financeiro?

O BPO Financeiro é um serviço que envolve a gestão terceirizada das finanças de uma empresa. Ele inclui atividades como tesouraria, controle de fluxo de caixa, planejamento financeiro, análise de dados e suporte à tomada de decisões.

 

O que faz um BPO Financeiro?
Um BPO Financeiro realiza tarefas essenciais como controle de contas a pagar e a receber, conciliação bancária, projeção de fluxo de caixa, estruturação de orçamento, análise de desempenho (orçado x realizado), elaboração de relatórios financeiros e apoio na tomada de decisões estratégicas.

 

Por que contratar um BPO Financeiro?
Contratar um BPO Financeiro é uma forma de profissionalizar a gestão das finanças sem precisar montar uma equipe interna robusta. É ideal para empresas que desejam reduzir riscos, melhorar a organização financeira, tomar decisões com base em dados e liberar tempo da equipe para atividades estratégicas. Além disso, é uma forma de trazer inteligência de mercado para dentro do negócio.

 

Como começar um BPO Financeiro?
O primeiro passo é reconhecer a necessidade de melhorar ou estruturar sua gestão financeira. Em seguida, é importante procurar uma empresa especializada, que fará um diagnóstico do cenário atual da sua empresa e irá propor um plano de ação personalizado. A implementação costuma ser gradual, respeitando a rotina e as prioridades do negócio.

 

Quanto custa um BPO Financeiro?
O custo do BPO Financeiro varia conforme fatores como porte da empresa, volume de transações, regime tributário e complexidade das demandas. Como se trata de um serviço personalizado, é comum que o investimento seja dimensionado após uma avaliação inicial.

 

Quais empresas fazem BPO Financeiro?
Existem diversas consultorias e profissionais autônomos que oferecem esse serviço, mas é fundamental escolher uma empresa que tenha experiência, metodologia estruturada e compromisso com resultados. A Crescento é referência em BPO Financeiro, com uma equipe especializada que atua de forma estratégica, ajudando empresas a alcançar mais previsibilidade e segurança na gestão das finanças.


– Leia também: Modelagem financeira: o que é, importância, exemplos e como fazer

 

Crescento: sua empresa de BPO Financeiro

Gerenciar as finanças de uma empresa exige conhecimento especializado, visão estratégica e processos bem estruturados. O BPO Financeiro é a solução ideal para garantir mais eficiência, previsibilidade e segurança na gestão financeira do seu negócio.

 

Na empresa de consultoria financeira Crescento, oferecemos um serviço completo e personalizado, adaptado às necessidades da sua empresa. Nossa equipe especializada cuida da tesouraria, planejamento financeiro, análise de dados e consultoria estratégica, permitindo que você foque no crescimento sustentável do seu negócio.

 

Se você deseja otimizar sua gestão financeira e tomar decisões com mais confiança, fale com um de nossos especialistas e descubra como podemos ajudar sua empresa a alcançar novos patamares com nosso serviço de consultoria financeira empresarial!

 

Fluxo de caixa direto e indireto: comparando os métodos na análise financeira

O controle financeiro de uma empresa de qualquer setor é mais do que uma necessidade: é uma condição estratégica para a continuidade e o crescimento sustentável do negócio. E nesse cenário, entender a diferença entre fluxo de caixa direto e indireto é essencial para estruturar uma gestão financeira empresarial eficaz e alinhada às exigências do setor.

 

Um dos principais instrumentos para manter esse controle é o fluxo de caixa. Com ele, é possível acompanhar a liquidez da operação, planejar investimentos, avaliar a viabilidade de projetos e se antecipar a desequilíbrios financeiros.

 

No entanto, ao estruturar esse demonstrativo, surge uma dúvida comum: qual método utilizar? O fluxo de caixa direto e indireto são as duas abordagens que apresentam diferenças relevantes em sua construção e utilidade prática.

 

Neste artigo, vamos detalhar cada método, comparar suas aplicações e ajudar sua empresa a escolher a abordagem mais estratégica, considerando a complexidade operacional, exigências regulatórias e a necessidade de transparência frente a financiadores e stakeholders públicos. Boa leitura!

 

O que é fluxo de caixa?

O fluxo de caixa é um relatório que apresenta todas as entradas e saídas de recursos financeiros de uma empresa durante um período determinado. Ele oferece uma visão clara sobre como o dinheiro é movimentado na operação, seja pelas atividades operacionais, de investimento ou de financiamento.

 

Mais do que um retrato da liquidez, o fluxo de caixa ajuda a responder perguntas estratégicas:

 

  • A empresa tem caixa suficiente para cumprir obrigações contratuais?
  • É possível financiar um novo projeto sem comprometer a operação atual?
  • Quais atividades estão consumindo ou gerando caixa?
  • Como o cenário macroeconômico pode afetar o capital de giro?

 

A depender da complexidade da empresa, esse relatório se torna ainda mais importante para justificar decisões em auditorias, renegociações contratuais e pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro em contratos públicos.

 

Existem dois métodos principais para estruturar esse demonstrativo:

 

  • Método direto: registra as transações de caixa conforme ocorrem, apresentando o valor real das entradas e saídas;
  • Método indireto: parte do lucro líquido e ajusta os valores com base em itens não monetários e variações de capital de giro.

 

A seguir, vamos explorar cada um desses métodos com profundidade.

 

Método direto de fluxo de caixa

O método direto lista as entradas e saídas de caixa reais da empresa, como pagamentos a fornecedores, recebimentos de clientes, salários, encargos, tributos, etc. Ele apresenta de forma clara e cronológica o que entrou e saiu do caixa no período.

 

O fluxo de caixa direto é segmentado em três categorias principais:

 

  • Fluxo de Caixa Operacional (FCO): envolve todas as movimentações ligadas à operação do negócio, como receitas de vendas, pagamento de fornecedores, salários, tributos e despesas gerais;
  • Fluxo de Caixa de Investimentos (FCI): engloba aquisições ou vendas de ativos de longo prazo, como compra de máquinas, equipamentos ou participações societárias;
  • Fluxo de Caixa de Financiamentos (FCF): inclui operações de captação ou devolução de recursos com terceiros, como empréstimos, financiamentos ou pagamento de dividendos.

 

O total do fluxo de caixa do período será a soma líquida desses três blocos.

 

Exemplo prático

Imagine uma construtora que, em determinado mês, teve os seguintes movimentos:

Tipo de operação Valor (R$)
Recebimento de cliente (obra) + 800.000
Pagamento de fornecedores – 400.000
Pagamento de salários – 250.000
Tributos e encargos – 90.000

Subtotal – Fluxo de Caixa Operacional (FCO): +60.000

 

Compra de equipamentos – 100.000

Subtotal – Fluxo de Caixa de Investimentos (FCI): -100.000

 

Recebimento de financiamento + 200.000

Subtotal – Fluxo de Caixa de Financiamentos (FCF): +200.000

 

Saldo final do caixa no mês +160.000

 

Neste exemplo, ao estruturar o fluxo por categoria, o gestor consegue analisar com mais precisão de onde vieram os recursos e como foram utilizados, o que é essencial para tomar decisões de curto, médio e longo prazo.

 

Esse tipo de separação também é útil para identificar gargalos operacionais, avaliar a necessidade de captação de recursos ou ainda justificar pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro em contratos públicos, especialmente em setores como infraestrutura, onde o CAPEX e o financiamento são elementos críticos da operação.

 

Vantagens

  • Mais indicado para entender a saúde financeira da empresa;
  • Transparência total das movimentações;
  • Facilita o entendimento por não-contadores (ideal para reuniões com sócios, investidores e bancos);
  • Permite o monitoramento diário ou semanal do caixa.

 

Desvantagens

  • Requer um sistema contábil ou ERP robusto para registrar corretamente todas as movimentações financeiras;
  • Em empresas com múltiplas obras, contratos ou filiais, pode se tornar operacionalmente mais complexo de consolidar.

 

Método indireto de fluxo de caixa

O método indireto parte do lucro líquido contábil e faz ajustes para chegar ao fluxo de caixa das atividades operacionais.

 

Esses ajustes consideram:

 

  • Itens que afetaram o lucro, mas não afetam o caixa, como depreciação, amortização, provisões e reavaliações de ativos;
  • Variações no capital de giro (aumento ou redução de estoques, contas a receber e a pagar).

 

É como “traduzir” a DRE (Demonstrativo de Resultados do Exercício) para a linguagem do caixa.

 

Exemplo prático

Suponha que a mesma construtora teve um lucro líquido de R$ 300.000 no mês. Os ajustes seriam:

 

  • Depreciação: + 50.000
  • Aumento de contas a receber: – 100.000
  • Redução de contas a pagar: – 70.000

 

Fluxo de caixa das atividades operacionais =

300.000 + 50.000 – 100.000 – 70.000 = 180.000

 

Esse valor não mostra diretamente os pagamentos e recebimentos, mas sim uma estimativa de quanto caixa foi gerado a partir do lucro, ajustando distorções contábeis.

 

Vantagens

  • Mais fácil de implementar em empresas que já possuem contabilidade estruturada;
  • Facilita a comparação entre empresas e a análise por parte de investidores ou controladores;
  • Útil para empresas com múltiplas unidades de negócio que já consolidam resultados por competência.

 

Desvantagens

  • Menor transparência das movimentações;
  • Pode mascarar problemas de liquidez se os ajustes forem interpretados incorretamente;
  • Mais difícil de explicar para equipes operacionais ou stakeholders sem conhecimento contábil.

 

 

Fluxo de caixa direto ou indireto: qual escolher?

Critério Método direto Método indireto
Base de cálculo Entradas e saídas reais de caixa Lucro líquido + ajustes
Facilidade de compreensão Alta (mais visual) Média a baixa (requer conhecimento)
Esforço de implementação Alto (mais registros operacionais) Médio (depende da contabilidade)
Nível de transparência Alto Médio
Adequado para licitações Sim (mais rastreável e auditável) Sim (mas exige explicações adicionais)
Adequado para financiadores Sim Sim
Ideal para empresas Menores ou com alta necessidade de controle de caixa Maiores ou com estrutura contábil robusta

 

Quando usar cada um?

  • Empresas com fluxo de caixa apertado, que gerenciam vários contratos simultaneamente e que participam de licitações públicas, podem se beneficiar mais do método direto, pois ele permite um controle mais granular das saídas e entradas. É também o mais utilizado quando se trata de justificativas para reequilíbrio econômico-financeiro de contratos;
  • Já o método indireto é recomendado para empresas com estrutura contábil consolidada, que já utilizam a DRE como referência e precisam de relatórios sintéticos para reportes internos e externos.

 

Importante lembrar: as normas contábeis (como o CPC 03) permitem o uso dos dois métodos, mas recomendam apresentar o fluxo operacional pelo método direto sempre que possível, pois fornece mais transparência.

 

 

Casos práticos no setor de infraestrutura

Vamos supor uma empresa que atua na manutenção de rodovias sob um contrato de concessão. Durante o ano, a empresa precisa justificar junto ao poder concedente a necessidade de reequilíbrio do contrato, com base na defasagem entre receitas projetadas e custos realizados.

 

Nesse cenário:

  • O método direto permite mostrar exatamente quanto foi pago em insumos, mão de obra e equipamentos, sendo mais defensável tecnicamente;
  • O método indireto pode ser útil para construir cenários mais estratégicos de médio prazo, considerando a projeção do lucro operacional e seu impacto sobre o caixa.

 

Empresas que atuam em consórcios ou SPEs (Sociedades de Propósito Específico) também se beneficiam de demonstrativos claros e auditáveis, principalmente quando há múltiplos stakeholders ou financiadores (como bancos públicos e privados).

 

 

Como a Crescento pode ajudar

Empresas com estruturas complexas precisam ir além dos números. Na Crescento, ajudamos nossos clientes a traduzir relatórios financeiros em informações estratégicas para tomada de decisão e para entender a saúde financeira do seu negócio.  Conheça nossas soluções para sua empresa:

 

  • Consultoria Financeira: Transformamos dados financeiros em inteligência para tomada de decisão. Elaboramos projeções, análises de viabilidade, estudos de reequilíbrio e planos de ação sob medida para o seu negócio.
  • BPO Financeiro: Terceirização inteligente da gestão financeira, com controle de fluxo de caixa, conciliação, relatórios gerenciais e muito mais, com integração aos seus sistemas atuais.

 

Fale com um de nossos consultores e veja como podemos apoiar a saúde financeira do seu negócio.

 

 

Modelagem financeira: o que é, importância, exemplos e como fazer

Profissional realizando modelagem financeira, com gráficos e tabelas em uma mesa

 

A modelagem financeira é uma ferramenta essencial para tomar decisões estratégicas bem fundamentadas.

 

Seja para avaliar a viabilidade de um novo projeto, captar investimentos ou planejar o crescimento sustentável de uma empresa, um modelo financeiro bem estruturado permite transformar dados e premissas em projeções realistas.

 

Neste artigo, vamos te explicar tudo sobre o assunto. Continue a leitura e confira:

 

 

O que é modelagem financeira?

A modelagem financeira é uma forma de traduzir um negócio em números. Trata-se de um processo estruturado que permite representar a realidade econômica e financeira de uma empresa, fornecendo insumos para embasar as tomadas de decisão.

 

Essa ferramenta é fundamental para gestores, investidores e empreendedores, pois possibilita simular diferentes cenários, avaliar riscos e planejar estratégias financeiras de forma mais assertiva.

 

No contexto empresarial, a modelagem financeira é amplamente utilizada para:

  • Criar orçamento empresarial;
  • Acompanhar o desempenho histórico da empresa;
  • Analisar a viabilidade econômica de novos projetos;
  • Apoiar decisões de investimentos e captação de recursos;
  • Simular impactos financeiros de mudanças estratégicas;
  • Estruturar operações de fusões e aquisições;
  • Definir o valor mais otimista para participação em licitações e parcerias público-privadas (PPPs).

 

– Leia também: BPO Financeiro: o que é, vantagens do serviço e quando contratar

 

Importância da modelagem financeira

A modelagem econômico-financeira ajuda as empresas a tomarem decisões mais embasadas em números, o que é um diferencial competitivo. Quando bem elaborada, proporciona uma visão clara da saúde financeira e auxilia na gestão eficiente dos recursos.

 

Independentemente do setor de atuação, a modelagem financeira é uma ferramenta indispensável para garantir que as projeções estejam alinhadas com a realidade do mercado e os objetivos da empresa.

 

A capacidade de testar cenários e antecipar desafios torna essa metodologia essencial para uma gestão eficaz e sustentável.

 

Benefícios da modelagem financeira

  • Melhor planejamento estratégico: traz clareza para os resultados passados da companhia, dá previsibilidade para o desempenho financeiro futuro e apoia na alocação de recursos de maneira eficaz;
  • Apoio na captação de investimentos: investidores demandam previsibilidade e segurança antes de alocar recursos;
  • Gestão de riscos: antecipa possíveis desafios financeiros e permite a adoção de medidas mitigatórias;
  • Eficiência operacional: permite calcular e acompanhar a margem da companhia;
  • Maior credibilidade: demonstra organização e transparência financeira, aumentando a confiança de stakeholders e parceiros comerciais.

 

– Leia também: FP&A: o que é e qual a importância da atividade de Análise e Planejamento Financeiro

 

Exemplos de modelagem econômico-financeira

1. Captação de investimentos

Em um cenário no qual uma empresa necessita de um grande volume de investimentos, ela pode optar por atrair novos investidores. Um modelo bem estruturado e com resultados consistentes auxilia na definição do valuation e nas negociações com potenciais investidores.

 

2. Obtenção de financiamentos

Bancos e instituições financeiras exigem projeções detalhadas para aprovar crédito. A modelagem financeira dá previsibilidade do resultado estimado para a companhia, facilitando a apresentação de garantias e justificativas para a concessão de empréstimos.

 

3. Fusões e aquisições (M&A)

Avaliação do valor justo de um negócio antes de sua compra ou venda. Um modelo robusto permite estimar sinergias e os impactos financeiros de uma aquisição ou fusão.

 

4. Gestão financeira estratégica

Auxilia na análise da rentabilidade de produtos, serviços e linhas de negócio, gerando insumos para tomada de decisão sobre os canais de crescimento da companhia.

 

5. Licitações e PPPs

Empresas que participam de concorrências públicas precisam de modelos financeiros para definir propostas viáveis e competitivas e defender a tese de investimento, levando em conta os mais diversos cenários.

 

– Leia também: Evolução do mercado de concessões públicas e PPPs no Brasil

 

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Como fazer uma modelagem financeira?

A modelagem financeira é um processo estruturado que envolve algumas etapas essenciais para garantir uma análise precisa e confiável. Na Crescento, usamos uma metodologia de cinco passos:

 

1. Levantamento de hipóteses

Nessa primeira etapa cabe ao responsável pela modelagem, partindo da sua experiência, levantar hipóteses sobre a realidade e funcionamento da companhia, contexto em que opera, mercado e concorrência, etc.

 

Assim será possível elencar as principais métricas que ajudarão a traduzir a realidade do negócio em números e direcionar a próxima etapa da modelagem.

 

2. Análise histórica

A análise de dados financeiros passados permite identificar padrões de desempenho e embasar projeções futuras com maior precisão. Esse processo envolve:

 

  • Levantamento de premissas operacionais e financeiras;
  • Análise de mercado e benchmarking com concorrentes;
  • Avaliação de indicadores-chave de desempenho (KPIs);
  • Revisão de arquivos contábeis e histórico gerencial.

 

Com essa análise, é possível definir premissas sólidas para as projeções financeiras.

 

3. Projeções

De posse de uma boa análise histórica, é possível construir projeções que irão pautar a modelagem financeira a fim de garantir a acuracidade das projeções e permitir a simulação de diferentes cenários de sensibilidade. Essa etapa inclui:

 

  • Estimativa detalhada de receitas;
  • Definição dos custos e despesas atrelados ao dia a dia da operação;
  • Projeção dos investimentos necessários para expansão e manutenção do negócio;
  • Projeção de financiamentos;
  • Cálculo dos impostos com base nas projeções realizadas;
  • Modelagem de impactos fiscais e tributários.

 

4. Demonstrações financeiras

Com base nas projeções, estruturamos as demonstrações financeiras que nada mais são do que a linguagem universal dos negócios. Os principais documentos são:

 

  • Demonstração de Resultado do Exercício (DRE): análise da lucratividade do negócio;
  • Balanço Patrimonial: estrutura de ativos, passivos e patrimônio líquido;
  • Fluxo de Caixa: planejamento da liquidez e gestão do capital de giro.

 

5. Avaliação

A avaliação visa suportar a tomada de decisões da companhia. Pode ajudar a responder perguntas complexas como: qual é o valor justo da empresa ou perguntas mais simples como: o orçamento para o próximo ano está coerente com a realidade da minha empresa?

 

Além disso, podem ser realizadas análises específicas, como:

 

  • Estudos sobre benefícios fiscais e impactos tributários;
  • Estruturação de reorganizações societárias;
  • Avaliação de covenants para obtenção de financiamento;
  • Valor Presente Líquido (VPL): avalia a rentabilidade descontando os fluxos de caixa futuros;
  • Taxa Interna de Retorno (TIR): mede o retorno percentual do investimento;
  • Payback: tempo necessário para recuperar o investimento inicial;
  • Cálculo do custo de capital próprio (CAPM) e o custo ponderado de capital (WACC): avaliação do custo de financiamento do negócio;
  • Análises de múltiplos e desconto de dividendos: utilizadas para avaliar o valor de mercado da empresa.

 

– Leia também: CFO as a Service: o que é, como saber se sua empresa precisa e como contratar

 

Como a modelagem financeira pode dar clareza ao plano de negócios?

A tomada de decisão orientada por dados concretos permite que sócios e investidores enxerguem, de forma quantitativa, o impacto de cada escolha e antecipem desafios financeiros antes que comprometam a operação.

 

Visibilidade para sócios, fundadores e investidores

A modelagem financeira possibilita detalhar:

 

  • Receitas projetadas: estimativa realista do crescimento do faturamento com base em premissas sólidas;
  • Custos e despesas: mapeamento dos principais gastos operacionais;
  • TIR e VPL: projeção do retorno financeiro considerando os fluxos de caixa do projeto e do acionista;
  • Cenários estratégicos: simulações de crescimento otimista, realista e conservador, ajudando na mitigação de riscos.

 

Além disso, a modelagem permite visualizar as correlações entre receita, custos e investimentos. Por exemplo, um gestor pode avaliar diferentes estratégias de crescimento e entender qual delas realmente maximiza os retornos ao considerar o investimento necessário e os impactos sobre os custos.

 

O impacto no resultado do negócio

Imagine um cenário em que a companhia precisa decidir entre dois cenários de expansão:

 

  • Cenário A: crescer seu lucro líquido em 10% a.a pelos próximos 5 anos ou
  • Cenário B: crescer seu lucro líquido em 5% a.a pelos próximos 5 anos.

 

A princípio, tendemos a escolher o cenário A, porém, apenas a informação sobre o crescimento do lucro pode acarretar decisões erradas. Agora, imagine que no Cenário A a empresa precise investir 10x mais do que a empresa no Cenário B. Essa nova premissa ilustra como é difícil tomar uma decisão sem embasamento numérico.

 

O uma modelagem faz é uma avaliação completa dos cenários com todos os possíveis impactos, levando em conta as variáveis de uma maneira completa.

 

Um modelo financeiro estruturado permite comparar esses cenários e tomar a melhor decisão.

 

Como a Crescento pode te ajudar?

A Crescento é uma empresa de consultoria financeira especializada em consultoria financeira empresarial, modelagem financeira e estruturação de negócios. Nossa equipe combina experiência de mercado com uma abordagem prática para transformar dados em estratégias financeiras sólidas.

 

Se você deseja um modelo financeiro personalizado para impulsionar seu negócio, entre em contato conosco e descubra como podemos ajudar!

 

Orçamento empresarial: o que é, quando e como fazer

Orçamento empresarial: o que é, quando e como fazer

 

Um orçamento empresarial bem estruturado é essencial para a gestão financeira eficiente de qualquer empresa. Ele permite controlar custos, otimizar recursos e garantir a sustentabilidade do negócio.

 

Neste artigo, você verá as informações mais importantes sobre essa ferramenta. Continue lendo e confira:

 

 

O que é orçamento empresarial?

O orçamento empresarial é uma ferramenta essencial para o planejamento financeiro e a gestão eficiente das finanças de uma empresa.

 

Nesse tipo de orçamento financeiro, são registrados os custos, as receitas e a alocação de recursos para diversas áreas e atividades da organização, proporcionando uma visão clara dos números da empresa em um determinado período.

 

Dessa forma, as empresas podem estabelecer metas realistas, controlar custos, identificar oportunidades e antecipar desafios financeiros.

 

O controle orçamentário e a gestão financeira estratégica são práticas fundamentais para garantir que a empresa opere dentro de suas capacidades financeiras e maximize seu potencial de lucro.  Uma boa administração financeira é indispensável para o crescimento sustentável e para uma tomada de decisão mais assertiva.

 

 

Quando fazer um orçamento empresarial?

Criar um orçamento empresarial é essencial desde o início das operações para garantir uma gestão financeira eficaz e otimizada dos recursos investidos no negócio.

 

Quando bem elaborado, ele serve como um norte para o estabelecimento de metas claras, o monitoramento do desempenho financeiro ao longo do tempo e o controle preciso dos números da empresa, impulsionando um crescimento sustentável.

 

Para além do benefício direto, ter um orçamento fornece uma estrutura de gestão que impacta em outros benefícios como: 

 

  • Planejamento: oferece uma base sólida para gerenciar as finanças da empresa, permitindo a previsão de receitas e despesas. Isso possibilita decisões mais estratégicas sobre investimentos, expansão e alocação de recursos;
  • Tomada de decisão: com um orçamento bem definido, os gestores podem tomar decisões mais embasadas sobre a alocação de recursos, precificação, contratação de funcionários e investimentos em novos projetos;
  • Acompanhamento de desempenho: comparar os resultados reais com o orçamento permite avaliar o desempenho da empresa e identificar áreas de melhoria. Isso possibilita ajustes estratégicos para alcançar os objetivos organizacionais;
  • Comunicação e coordenação: um orçamento compartilhado entre os departamentos facilita a comunicação e o alinhamento estratégico, garantindo que todos sigam na mesma direção financeira;
  • Captação de Recursos: investidores, bancos e outras partes interessadas frequentemente exigem um orçamento antes de conceder financiamento. Um orçamento bem estruturado aumenta a confiança na gestão e na saúde financeira da empresa.

 

Portanto, fazer um orçamento empresarial deve ser uma prioridade em todas as etapas do desenvolvimento do negócio, desde o início das operações até o crescimento e expansão contínuos.

 

– Leia também: FP&A: o que é e qual a importância da atividade de Análise e Planejamento Financeiro

 

Como fazer um orçamento empresarial?

Para elaborar um orçamento empresarial eficaz, é essencial seguir um processo estruturado que leve em consideração diversos aspectos financeiros da empresa. Durante esse processo, fatores como sazonalidade, tendências de mercado, tempo de vida de equipamentos e possíveis imprevistos devem ser analisados.

 

O orçamento precisa ser preciso e baseado em informações reais para que seja, de fato, efetivo e relevante. Entre as principais etapas da construção de um orçamento financeiro empresarial, estão:

 

  1. Definição de objetivos e metas: estabeleça objetivos claros para o período coberto pelo orçamento. Isso pode incluir metas de vendas, lucro, crescimento, redução de gastos, poupança entre outros. É importante que esses objetivos sejam específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e limitados no tempo (SMART);
  2. Coleta de dados e informações: nesta etapa, são coletadas todas as informações relevantes sobre as operações da empresa, incluindo histórico financeiro, projeções de vendas, custos fixos e variáveis, despesas operacionais, investimentos planejados, entre outros. Esses dados podem ser obtidos de sistemas contábeis, relatórios internos, departamentos relevantes e análise de mercado;
  3. Previsão de receitas e vendas: com base nas informações coletadas, são feitas projeções sobre as receitas esperadas para o período coberto pelo orçamento. Isso pode envolver análises de tendências históricas, condições de mercado, comportamento do consumidor e outros fatores relevantes para as vendas da empresa;
  4. Estimativa de custos e despesas: uma vez que as receitas esperadas foram determinadas, é necessário estimar os custos e despesas associados à produção ou prestação de serviços. Isso inclui custos de matéria-prima, mão de obra, despesas operacionais, despesas administrativas, impostos, entre outros;
  5. Elaboração do orçamento: com todas as informações necessárias em mãos, é hora de elaborar o orçamento propriamente dito. Isso envolve a alocação de recursos financeiros de forma a atender às metas e objetivos definidos anteriormente. O orçamento pode ser dividido por departamentos, projetos ou áreas de negócio, dependendo da estrutura da empresa. 
  6. Revisão e aprovação: uma vez elaborado, o orçamento deve ser revisado e discutido com os principais stakeholders da empresa, como diretores, gerentes de departamento e conselho administrativo. Após as revisões necessárias, o orçamento é aprovado formalmente para implementação; 
  7. Implementação e monitoramento: com o orçamento aprovado, ele é implementado na prática. Durante o período coberto pelo orçamento, é importante monitorar regularmente o desempenho financeiro real em relação ao orçamento, identificar desvios e tomar medidas corretivas, se necessário;
  8. Revisão constante: ao longo do período orçamentário, é comum realizar revisões periódicas do orçamento para refletir mudanças nas condições de mercado, ajustar projeções com base em dados reais e incorporar novas informações à medida que se tornam disponíveis.

 

Essas etapas são essenciais para garantir que o orçamento empresarial seja construído de forma sólida e reflita com precisão os objetivos e metas da empresa, permitindo uma gestão financeira eficaz e tomada de decisões informadas.

 

Qual a importância de um orçamento empresarial?

A importância de um orçamento empresarial é inegável para a saúde financeira e o sucesso de qualquer organização, como já mencionamos anteriormente.

 

Um sistema de orçamento empresarial eficaz oferece uma visão clara das finanças da empresa, permitindo um planejamento estratégico sólido, o controle de custos e a alocação eficiente de recursos.

 

Para muitas empresas, o apoio de profissionais de finanças pode ser essencial. Esses especialistas desempenham um papel fundamental em todas as etapas do processo orçamentário – desde a concepção e estruturação até a implementação e monitoramento contínuo – garantindo que a empresa alcance seus objetivos financeiros de forma eficaz.

 

O apoio profissional pode agregar vários aspectos importantes ao processo de construção e utilização do orçamento empresarial. Alguns desses aspectos incluem: 

 

  • Análise de viabilidade financeira: um profissional de finanças pode realizar análises detalhadas para avaliar a viabilidade financeira de diferentes iniciativas e projetos que podem ser incluídos no orçamento. Isso pode incluir análises de retorno sobre o investimento (ROI), análises de sensibilidade e simulações financeiras para entender os possíveis impactos nas finanças da empresa;
  • Gestão de riscos financeiros: os profissionais de finanças podem identificar e avaliar os riscos financeiros associados às operações da empresa e aos elementos incluídos no orçamento. Eles podem ajudar a desenvolver estratégias para mitigar esses riscos e incorporar essas considerações ao processo de orçamento;
  • Modelagem financeira avançada: os profissionais de finanças podem utilizar técnicas avançadas de modelagem financeira para criar cenários hipotéticos e prever os resultados financeiros sob diferentes condições. Isso pode ajudar a empresa a se preparar para diversas eventualidades e tomar decisões mais informadas;
  • Gestão de capital de giro: a gestão eficaz do capital de giro é fundamental para a saúde financeira de uma empresa. Profissionais de finanças podem ajudar a empresa a entender e otimizar o ciclo de caixa, gerenciar os estoques, contas a receber e contas a pagar de forma eficiente, garantindo assim uma posição financeira sólida;
  • Avaliação de Investimentos: quando a empresa está considerando investimentos em ativos fixos, expansão de negócios ou aquisições, profissionais de finanças podem realizar avaliações detalhadas para determinar a viabilidade desses investimentos e seu impacto no orçamento geral da empresa;
  • Monitoramento e análise contínua: além de ajudar a construir o orçamento inicial, os profissionais de finanças podem desempenhar um papel crucial no monitoramento contínuo do desempenho financeiro em relação ao orçamento. Isso envolve a análise regular de relatórios financeiros, identificação de desvios e recomendação de ações corretivas, se necessário.

 

– Leia também: CFO as a Service: o que é, como saber se sua empresa precisa e como contratar

 

Orçamento financeiro para pequenas empresas

Para pequenas empresas, um orçamento empresarial é uma ferramenta vital para garantir a estabilidade financeira e o crescimento sustentável.

 

O controle de orçamento empresarial aliado aos objetivos da gestão é especialmente importante para pequenas empresas, pois ajudam a identificar áreas de oportunidade de economia e a maximizar os lucros. 

 

Uma boa administração financeira, aliada a um orçamento empresarial bem planejado, é essencial para enfrentar desafios comuns de pequenas empresas. Portanto, investir tempo e recursos na elaboração e implementação de um orçamento empresarial eficaz pode ser um diferencial para o sucesso de um pequeno negócio.

 

Conte com a Crescento!

Ter um orçamento empresarial estruturado é essencial para garantir a saúde financeira e o crescimento sustentável do seu negócio. No entanto, como falamos anteriormente, contar com o apoio de especialistas pode fazer toda a diferença!

 

A Crescento é uma empresa de consultoria financeira que oferece consultoria especializada para ajudar sua empresa a planejar, implementar e monitorar um orçamento eficiente e alinhado aos seus objetivos. Quer mais previsibilidade e controle financeiro? Fale com um dos nossos especialistas e descubra como podemos transformar a gestão do seu negócio!

 

Evolução do mercado de concessões públicas e PPPs no Brasil

Nos últimos anos, as concessões públicas e parcerias público-privadas (PPPs) no Brasil têm se consolidado como ferramentas essenciais para impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura. 

 

Setores estratégicos como transporte, energia, saneamento e telecomunicações têm se beneficiado dessas iniciativas, permitindo maior investimento, modernização e eficiência na prestação de serviços públicos.

 

Neste artigo, vamos te mostrar a evolução das concessões no Brasil, os principais benefícios para os stakeholders e os critérios de escolha nos processos licitatórios, além de abordar os desafios e riscos envolvidos nesses modelos. Boa leitura!

 

Aqui você vai encontrar:

 

Concessões públicas no Brasil: impacto no desenvolvimento de infraestrutura

As concessões públicas e parcerias público-privadas (PPPs) no Brasil assumiram um papel de destaque como instrumento fundamental para o desenvolvimento de infraestrutura e a melhoria na prestação de serviços públicos. Impulsionadas por programas e políticas governamentais, essas concessões ganharam espaço em setores estratégicos da economia, como transporte, energia, saneamento e telecomunicações.

 

O país experimentou, nas últimas décadas, um crescimento significativo no número e na magnitude dos projetos de concessão. As rodovias Presidente Dutra e BR-116, os aeroportos Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), além das concessões de saneamento em Alagoas e Rio de Janeiro, são exemplos de grandes ativos de infraestrutura concedidos à iniciativa privada. Esses projetos trouxeram investimentos vultosos, contribuindo para a modernização e expansão da infraestrutura brasileira.

 

Em 2023, o número de editais e parcerias público-privadas (PPP) atingiu o maior patamar da história, com 440 editais publicados. Isso representa um crescimento de 52% em relação a 2022 e um aumento impressionante de 1.090% em comparação com o número de editais de 10 anos atrás.

Concessões públicas e parcerias público-privadas (PPPs) no Brasil | Crescento
Concessões públicas e parcerias público-privadas (PPPs) no Brasil | Crescento

As primeiras concessões no Brasil estavam concentradas em ativos dos governos federal e estadual. No entanto, com avanços na capacidade técnica para a modelagem de contratos, alinhamento dos objetivos municipais com os modelos de PPPs e ações legislativas que oferecem maior segurança jurídica, essas iniciativas também estão crescendo no âmbito municipal. Setores como iluminação pública, resíduos sólidos e água/esgoto têm se destacado. Segundo o Radar PPP, o triênio de 2021-2023, mesmo faltando um ano para o fim dos mandatos atuais, já conta com 730 editais publicados, frente aos 550 do ciclo completo de 2017-2020.

 

Benefícios das concessões e PPPs para os Stakeholders

O crescimento das concessões e PPPs demonstra a percepção de valor positivo gerado para todas as esferas do poder público. A concessão da exploração de ativos para a iniciativa privada resolve dois desafios enfrentados pela administração pública:

  1. A incapacidade do governo de realizar os investimentos necessários para expandir o atendimento à população e modernizar os ativos;
  2. A necessidade de concentrar esforços em áreas prioritárias da gestão pública.

 

Os impactos dessas concessões e PPPs podem ser altamente positivos para todos os stakeholders:

  • Poder público: melhora os serviços prestados à população por meio do destravamento de investimentos e modernização da operação, garantindo maior eficiência no cumprimento dos objetivos sociais;
  • Setor privado: oferece oportunidades de investimento e diversificação de recursos;
  • População: se beneficia de serviços públicos com maior eficiência, investimentos e modernização.

 

Distribuição de risco nos projetos de concessões e PPPs

Atualmente, os dois modelos mais adotados no Brasil são as concessões plenas e as PPPs. Nos editais de concessão plena, a receita proveniente da exploração comercial do ativo (tarifária e acessória) deve ser suficiente para financiar a operação, os investimentos necessários e garantir a rentabilidade dos investidores.

 

Por outro lado, as PPPs recebem parte ou toda a receita diretamente das contraprestações do poder público, uma vez que a receita de exploração sozinha não é suficiente para a autonomia do ativo.

 

Nas concessões plenas, o risco da operação é transferido para as concessionárias, que são responsáveis por gerar a receita prevista. Já nas PPPs, há uma garantia de receita mínima por parte do poder concedente, mas isso expõe o projeto a maiores riscos financeiros e jurídicos, vinculados ao ente público.

 

Critérios para escolha do vencedor em uma licitação

Nos editais de concessões plenas, o vencedor geralmente é determinado pela empresa que oferece a maior outorga (valor pago pelo direito de exploração do ativo) ou o maior desconto sobre a tarifa base do serviço oferecido, podendo haver uma combinação de ambos.

 

Para o poder público, a escolha da outorga proporciona uma infusão imediata de caixa, utilizada para alívio financeiro ou realocação de investimentos. Já o desconto na tarifa beneficia diretamente a população, que paga menos pelos serviços.

 

Nas PPPs, o critério mais comum é o maior desconto sobre a contraprestação oferecida pelo poder concedente.

 

Como são originados os projetos de concessão e PPP?

Os estudos para o lançamento de editais podem começar tanto pela iniciativa pública quanto privada, comumente através do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Nessa fase, são coletados estudos de viabilidade, como modelos de negócio, projeções de demanda, receitas, OPEX¹, CAPEX², entre outros. Esses estudos podem ser usados total ou parcialmente na elaboração do edital de licitação.

 

– Leia também: Reequilíbrio econômico-financeiro do contrato: o que é, quando aplicar e como garantir contratos sustentáveis

 

Avaliação financeira dos projetos de concessão e PPP

Os projetos de concessão e PPP são avaliados financeiramente através de fluxos de caixa projetados no edital de licitação, considerando os custos operacionais (OPEX) e os investimentos em capital (CAPEX).

concessões no Brasil

No exemplo citado, trata-se de uma concessão plena, com o critério de maior outorga oferecida. A outorga sugerida, de R$ 300 milhões, é dimensionada para alcançar uma meta que oferece aos investidores uma rentabilidade adequada ao risco do projeto. A Taxa Interna de Retorno (TIR), de 9,70% ao ano, representa a rentabilidade anual média do investimento ao longo dos 10 anos de operação. Esse retorno é definido pelo poder concedente (um input). Já o valor da outorga de referência é o output do estudo financeiro.

 

Os cálculos do exemplo, comumente adotados em editais de concessões públicas, se baseiam no Free Cash Flow to Firm (FCFF). O FCFF representa a geração de caixa disponível para acionistas e credores. A adoção desse método demonstra a intenção do poder público de transferir os benefícios e riscos da alavancagem para a concessionária privada, já que as projeções financeiras do edital desconsideram o fluxo de caixa de financiamento.

 

As estimativas financeiras presentes no edital são encaradas pelas empresas interessadas como um ponto de partida. Cada empresa realiza seus próprios estudos, considerando sua expertise no setor, otimização da operação, eficiência na implantação do CAPEX e capacidade de financiamento.

 

Continue a leitura e aprofunde no tema: Análise financeira em concessões públicas: como ser competitivo em leilões de infraestrutura

 

¹ OPEX: Operational expenditure, referente aos custos e despesas da operação.
² CAPEX: Capital expenditure, referente aos investimentos necessários para a operação e maturação do ativo.

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